O fim do contrato de associação do Outeiro de São Miguel/Escola Regional Dr. Dinis da Fonseca e o futuro do Centro Educativo do Mondego marcaram a reunião da Câmara da Guarda na segunda-feira.
Os dois assuntos foram abordados por Álvaro Amaro no período de antes da ordem do dia, com o presidente a manifestar-se «preocupado» com a não renovação do contrato de associação no Outeiro de São Miguel. Para o edil, há «uma razão muito clara» para o Ministério da Educação manter esse protocolo: a especificidade «histórica, social e educativa» da instituição. Dizendo desconhecer os critérios da tutela para acabar com o contrato, Álvaro Amaro sublinhou que «esse papel relevante» do Outeiro na região deve ser tido em conta. «Não aceitaremos o fim do contrato de associação em nome de critérios que desconhecemos. Mas havendo critérios objetivos, eles devem aplicar-se de igual maneira, seja na cidade A, B ou C», avisou o autarca. A mesma preocupação partilha o vereador socialista Joaquim Carreira. O antigo aluno do Outeiro sublinhou que a escola, com 84 anos de existência, deve ser apoiada «nesta luta» porque «é uma realidade distinta no seio do ensino privado», pelo que disse esperar que o caso «seja avaliado de forma distinta».
Quanto ao Centro Educativo do Mondego, mais conhecido por Colégio do Mondego e que acolhe jovens institucionalizados, Álvaro Amaro disse ter ouvido «o ruído» que a instituição iria fechar porque «era preciso dar corpo a um centro novo que está construído numa cidade do norte do país». A situação já deu origem a um requerimento na Assembleia da República do deputado socialista Santinho Pacheco sobre o futuro do Colégio do Mondego, mas o edil disse ter ficado «mais tranquilo» após contactar o diretor do Centro, segundo o qual existe apenas «um estudo sobre a rentabilização das infraestruturas do Ministério da Justiça a nível nacional» e que «nada está previsto» relativamente ao Centro Educativo do Mondego. «Mas onde há fumo, há fogo», acrescentou o autarca, adiantando que o município deve ser ouvido nesta matéria. De resto, referiu que a Câmara está disponível para colaborar com a tutela para «não ver esvaziado aquilo que é um capital patrimonial importante» da Guarda.
Apoios a coletividades aprovados
Nesta reunião, o executivo aprovou, por unanimidade, a proposta de atribuição de apoios às coletividades culturais, associações sociais, clubes desportivos e bombeiros.
Assim, as primeiras vão repartir 95.700 euros, enquanto os clubes terão direito a um total de 94.969 euros e as associações sociais e humanitários vão dividir 67.200 mil euros. A Câmara deliberou ainda conceder 58.500 euros a eventos diversos a organizar durante o ano por diferentes entidades. «São mais de 316 mil euros, um valor que impressiona», reconheceu Álvaro Amaro, lembrando que estes apoios foram determinados de acordo com o regulamento municipal. «Há regras, não é o poder político que decide, já que a atividade destes grupos vai ser monitorizada», acrescentou o autarca. As verbas serão pagas por duas vezes, a primeira metade a 30 de junho e o restante até 30 de dezembro. Os eleitos do PS fizeram uma declaração de voto para dizer que têm «dificuldade em perceber alguns apoios, concretamente o concedido à associação Calafrio, criada recentemente e já recebe metade do subsídio atribuído ao Centro Cultural da Guarda», explicitou Joaquim Carreira.
Luis Martins
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