Em 2015 ocorreram no distrito da Guarda mais 7,4 por cento de participações por crimes às autoridades comparativamente a 2014, o que corresponde a mais 311 registos, segundo o Relatório Anual Segurança Interna com dados do último ano. Estes números significam o segundo maior aumento do país a nível percentual. À frente da Guarda só Vila Real, que teve uma subida de 9,4 por ceto.
Contudo o crescimento foi também a tendência a nível nacional, mais 4.721 participações que 2014, o que corresponde a um aumento de 1,3 por cento. Olhando para os números da criminalidade violenta, o documento entregue na Assembleia da República na passada quinta-feira revela que existiu no último ano uma subida de 31,7 por cento, relativamente a 2014, sendo a Guarda o distrito do país onde mais aumentou este tipo de crimes. No entanto, se analisarmos o número de casos o aumento não é tão expressivo. Em 2014 registaram-se 60 crimes e 79 em 2015, ou seja, mais 19. No que toca a ocorrências relativas a violência doméstica, a Guarda volta a ter um aumento significativo, mais 10,4 por cento. No ano passado houve 394 participações, mais 37 que em 2014. Embora a subida seja notória, a Guarda está longe de ser o distrito com mais ocorrências de violência doméstica. Lisboa destaca-se pela negativa, com 5.907 casos registados em 2015. A nível nacional a tendência foi contrária, houve um decréscimo de 4.3 por cento deste tipo de crimes.
O mesmo documento assinala também crimes de tráfico de seres humano, não havendo ocorrências a registar no distrito. Já o crime de incêndio/fogo posto em floresta, mata, arvoredo ou seara foi aquele que maior aumento registou no último ano, correspondendo a mais 5.145 participações, o que significa uma variação de +106,2 por cento. Neste ponto, a Guarda está no meio da tabela com 385 crimes participados em 2015, mais 38 que no ano anterior. A criminalidade nas estradas também é discriminada no Relatório Anual Segurança Interna e, na Guarda, diminui 3,1 por cento. No entanto, no distrito contabilizou-se mais uma vítima mortal que em 2014 e, por oposição, menos seis feridos graves nas estradas. Analisando os ilícitos em contexto escolar chegam melhores notícias. A Guarda é o segundo distrito com menos 64 ocorrências. Melhor só Évora, com 57 casos.
De forma geral diminuíram em Portugal os crimes de delinquência juvenil, criminalidade grupal, homicídio por negligência nos acidentes de viação, crimes contra as pessoas e contra o património e aumentaram os crimes contra o Estado e contra a vida em sociedade. Também os crimes sexuais registaram um crescimento, tal como os crimes informáticos que subiram para quase o dobro, 659 casos em 2015, mais 41 por cento que em 2014. A aumentar estão ainda as apreensões de estupefacientes. O Relatório Anual de Segurança Interna congrega registos globais da criminalidade participada, identificando várias tipologias criminais, de oito Órgãos de Polícia Criminal (Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública, Polícia Judiciária, Polícia Marítima, Autoridade de Segurança Alimentar, Autoridade Tributária e Polícia Judiciária Militar).