Dora Tracana é a autora da nova escultura que a autarquia vai instalar na rotunda do Rio Diz. A escolha foi divulgada na reunião de Câmara da passada terça-feira e teve o voto contra dos vereadores do PS. Nesta sessão, o executivo aprovou por unanimidade a abertura dos concursos públicos para a beneficiação de cinco estradas entre freguesias.
Denominada “Portas da Cidade”, a escultura vai custar ao município 92 mil euros, IVA incluído, e está a ser ultimada pela artista, uma de três escultores convidados pela Câmara para este projeto. Dora Tracana nasceu na Guarda mas foi para Coimbra aos 10 anos, onde ainda reside quando não está em Seia a dar aulas Oficina de Artes, Design, Desenho e Geometria na Secundaria local. Ganhou alguma projeção com o trabalho “Figuras no Mosteiro”, uma série de obras inéditas inspiradas no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, onde realizou uma residência artística em 2010. A escultura deverá estar pronta no verão, a mesma previsão é apontada para uma outra que está a ser projetada pelos serviços técnicos da autarquia para a rotunda do Alvendre, no acesso à A25, umas centenas de metros mais à frente. O executivo não divulgou os esboços das duas esculturas.
«Esperemos que todos gostem dos resultados», afirmou Álvaro Amaro, para quem uma coisa já é certa: «Goste-se ou não, as rotundas ficarão melhor do que estão atualmente». Joaquim Carreira não foi na conversa e, aos jornalistas no final da reunião, considerou mesmo que estes projetos são «esbanjamento do dinheiro dos guardenses quando o que a cidade precisa é de postos de trabalho e de investimento». O vereador socialista acrescentou, por isso, que «o dinheiro deve ser usado com critério e rigor», tanto mais que «a Câmara está em processo de saneamento financeiro, aumentou os impostos municipais, nomeadamente o IMI, e gastou um milhão de euros em esculturas em dois anos e meio de mandato». Para o eleito da oposição, que numa reunião anterior defendeu a necessidade de requalificar urbanisticamente os acessos à cidade, «os guardenses não compreendem que o executivo invista em esculturas para as rotundas quando foram sacrificados com impostos».
Cinco estradas vão ser requalificadas
Na resposta, Álvaro Amaro disse que críticas dos socialistas são «um insulto ao “Anjo da Guarda” e à próxima escultura», justificando que a requalificação urbana é «um dos eixos importantes da política europeia». Para o presidente da Câmara, quando fala em «esbanjamento», o PS «deve estar a ver-se ao espelho». Menos polémico foi o ponto referente à abertura de concursos públicos para a beneficiação de cinco estradas municipais nas freguesias de Adão, Benespera, Gonçalo, Marmeleiro, Panóias, Ramela, Rochoso e Valhelhas, num investimento total de mais 1,6 milhões de euros. Ao contrário do anunciado, a autarquia decidiu abrir cinco procedimentos diferentes em vez de um único, alteração que foi explicada pelo edil com «a possibilidade de podermos poupar mais, além de estar sustentada numa decisão técnica». Álvaro Amaro adiantou que o objetivo é que as obras comecem todas ao mesmo tempo, sendo executadas metade dos trabalhos este ano e o restante no próximo.
Joaquim Carreira concordou com estas intervenções, que considerou «um exemplo daquilo que a Câmara deve fazer», mas estranhou que os preços-base das cinco empreitadas sejam «muito semelhantes, apesar de serem diferentes em termos de projeto e de dimensão». De acordo com o vereador, a repavimentação da estrada que liga Gonçalo a Valhelhas está orçada em 309.292 euros, enquanto a beneficiação entre a EN233 e a EM 545 custará 356.826 euros e melhoria da estrada para a Quinta de Gonçalo Martins vai custar 340.040 euros. Já o preço-base da beneficiação da estrada para o Penedo da Sé é de 320.647 euros e a requalificação da ligação Barracão-Ramela vai custar 339.674 euros. A estes preços acresce o IVA.
Luis Martins 
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