P- É o candidato da contestação a José Albano Marques. O PS precisa de uma nova dinâmica na Guarda?
R – Sou o candidato da mudança! O maior ativo do PS são os seus militantes e simpatizantes. É preciso dar-lhes voz e considerá-los. As diferenças de opinião são fundamentais para tornarem o partido mais atrativo e credibilizar o nosso projeto político. Candidato-me para tornar o PS mais exigente e mais transparente.
P – O partido tem perdido militantes e eleitores no distrito. De quem é a culpa?
R – Tem perdido sobretudo eleitores. É uma situação que se verifica no país e que, na Guarda, vamos começar a contrariar. O PS não pode gastar as suas energias em torno de si mesmo, como que fechado numa “caixa negra”. Precisamos começar a falar para a sociedade porque é aí que estão os verdadeiros problemas: desemprego, desertificação, acessibilidades, cuidados de saúde, investimento, etc… Comigo, o PS concentrar-se-á apenas nos problemas das pessoas e do distrito.
P – E do descalabro eleitoral na Guarda, nas autárquicas de 2013?
R – O PS teve, apesar de tudo, um bom resultado no distrito. Porém, tendo perdido a Guarda, a leitura política altera-se completamente. Perder em democracia é absolutamente normal e quando perdemos, perdemos todos. O facto de me dar bem com todas as sensibilidades do partido confere-me melhores condições para as unir e voltarmos a ganhar.
P – O que vai mudar consigo na presidência da Federação do PS?
R – Quero um partido organizado e mobilizado, com militantes conscientes das suas responsabilidades perante a comunidade. As concelhias são insubstituíveis, por isso exige-se que funcionem normal e regularmente. Candidato-me para as ajudar, coordenar e liderar uma política distrital. A sede na Guarda será o centro dinamizador de toda a atividade política do PS no distrito.
P – O que a ganha a Guarda com um governo PS?
R – O Governo criou uma Unidade de Missão para o Interior, liderada pelo ministro Eduardo Cabrita. Reconhece assim que os problemas do interior são uma prioridade nacional. É no âmbito desta Unidade de Missão que o presidente da Federação, juntamente com os órgãos do PS, vai desempenhar a sua mais importante tarefa. Temos que conhecer as propostas do Governo para agirmos de modo a que beneficiem o distrito. Seremos exigentes e firmes e temos um caderno reivindicativo de que deixo aqui alguns exemplos: uma política fiscal que atraia investimento e gere emprego; majoração dos fundos comunitários para os territórios de baixa densidade; valorização do terceiro setor como fator de coesão social; construção da segunda fase do Hospital da Guarda; uma política solidária da gestão da água em alta e baixa; eliminação das portagens na A25 e A23; reforçar a centralidade da Guarda. O meu primeiro ato como presidente da Federação será pedir uma audiência a Eduardo Cabrita.
P – Qual é a sua estratégia e objetivos para as próximas autárquicas?
R – O resultado das autárquicas de 2017 influenciará de forma muito determinante a estabilidade do Governo. Precisamos de um partido unido e mobilizado para vencer o desafio, que é aumentar o número de Câmaras governadas pelo PS no distrito. Já ganhar a Câmara da Guarda é uma exigência e obrigação com que os socialistas estão confrontados. O nosso projeto político não se afirma sem a liderança da capital do distrito. Por isso, só me interessa ganhar o PS para ganhar a Guarda.