A Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL), na Guarda, evoca em janeiro o centenário de nascimento de Vergílio Ferreira (1916-1996) com várias iniciativas sobre a vida e obra do romancista e ensaísta português.
Estão programados um colóquio, uma conferência, a exibição de um documentário, uma exposição, viagens literárias ao mundo do autor de “Manhã Submersa” ou “Estrela Polar”, uma peça de teatro, um encontro e um percurso. Natural de Melo (Gouveia), Vergílio Ferreira licenciou-se em Filologia Clássica e foi um dos maiores romancistas portugueses do século XX. Literariamente começou por ser neorrealista (anos 40), com “Vagão Jota”, “Mudança”, entre outros. Mas, a partir da publicação de “Manhã Submersa” e, sobretudo, de “Aparição”, o escritor adere a preocupações de natureza metafísica e existencialista. A sua prosa, que entronca na tradição queirosiana, é uma das mais inovadoras dos ficcionistas do século passado. O ensaio é outra das grandes vertentes da sua obra, acabando por influenciar a criação romanesca.
O destaque dedicado a Vergílio Ferreira terá início a 9 de janeiro (16 horas), com o documentário de Lauro António “Prefácio a Vergílio Ferreira” e o colóquio “A política e o riso num tríptico romanesco de Vergílio Ferreira”, por Jorge Costa Lopes, a partir dos romances “Estrela Polar”, “Nítido Nulo” e “Signo sinal”.