O Manual de Investigação de Incêndios Florestais que está a ser utilizado pela GNR a nível nacional foi elaborado por dois elementos do Comando Territorial da Guarda.
Trata-se dos mestres florestais principais Manuel Dinis e Elmano Silva, do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (Sepna), que elaboraram um compêndio perante «a necessidade imperiosa de munir os operacionais dos Núcleos de Proteção Ambiental, envolvidos na problemática dos incêndios, de informação e documentação indispensável ao exercício das suas funções», adiantou o tenente-coronel Cunha Rasteiro, chefe da secção de operações e informações e relações públicas do Comando Territorial da Guarda. O manual, publicado em maio, sistematiza o modelo de investigação e procura também disponibilizar os documentos necessários e exemplos práticos para que «o investigador das causas dos incêndios rurais possa, de uma forma expedita e padronizada, socorrer-se do apoio indispensável à exercitação da sua atividade, prosseguindo uma linha de orientação homogénea», acrescentou.
O documento foi «muito bem acolhido no comando superior da GNR» e hoje «constitui doutrina a nível nacional para todos os elementos e militares que trabalham nesta área», sublinhou Cunha Rasteiro. Entre 1 de janeiro e 13 de outubro, o Comando Territorial da GNR da Guarda registou 673 incêndios florestais e investigou 661, que deram origem a 346 autos criminais e a 27 contraordenações. Os militares concluíram que 98 dos fogos foram originados por causas desconhecidas, 407 por negligência, 81 por dolo, 42 por reacendimento e 33 por causas naturais. Nesse período, a GNR identificou 48 indivíduos e deteve 14 por suspeita de crime de incêndio.