O Fornos de Algodres precisava de vencer para sair do penúltimo lugar, mas foi surpreendido pelo Milheiroense no último domingo, perdendo por três bolas a zero. Numa partida em que os locais não podiam perder pontos, dada a distância da linha de despromoção, o Fornos entrou melhor e logo nos minutos iniciais Faneca II pôs à prova Carlos Felipe I, com o guardião a responder da melhor forma.
A equipa da casa surgiu sem um avançado de raiz, em virtude de Ima estar castigado, aparecendo Vitinha e Cédric como os homens mais avançados. A pressão exercida pelos locais foi tão intensa que a turma visitante mal conseguiu sair da sua zona defensiva, com o “pronto-socorro” Paulinho a tentar sacudir a pressão da sua baliza. Com poucas oportunidades para sair em contra-ataque, restou aos visitantes evitar que os fornenses marcassem na primeira parte. Como aconteceu aos 24’, quando Santos entrou pela direita e rematou de pronto obrigando o guarda-redes forasteiro a magnifica intervenção. Na recarga, Bártolo já não chegou a rematar devido ao auxiliar do lado dos bancos ter levantado a bandeirola, só depois do primeiro remate. Será que o auxiliar viu algo que mais ninguém descortinou? O dia não era de sorte para os homens de Fornos de Algodres que, aos 37’, ainda viram o Milheiroense adiantar-se no marcador. Paulito cobrou um canto, com Machadinho a surgir no centro da área para marcar o primeiro dos visitantes. Insatisfeito com o resultado, José Carlos Afonso fez então entrar Oliveira, um avançado que tem estado afastado por lesão, para tentar abrir a frente de ataque. Mas de nada valeu.
Na segunda parte, os locais entraram novamente com mais garra e a trocar bem a bola, mas a pontaria continuou pouco afinada, principalmente em Vitinha e Cédric, que não concretizaram em golo as oportunidades criadas. Foram também surgindo algumas faltas, mas o juiz da partida apenas puniu com cartões a equipa da casa, como aconteceu aos 54’, altura em que Faneca I viu o segundo amarelo, sem razão de ser, na sua segunda falta. Sem o motor do meio-campo, os locais fraquejaram à medida que os erros de arbitragem se sucediam. Até que aos 80’, num fraco remate de Bruno, Carlitos não conseguiu segurar uma bola que tinha controlada e sofreu um “peru” por debaixo das pernas. Foi a “machadada” final na turma da casa, que, sem um homem e com esta falha, viu cair por terra as aspirações de pontuar. Como se não bastasse, numa disputa de bola entre Bruno e Faneca II, o central do Fornos fez falta e viu o cartão vermelho sem razão aparente. O desalento dos fornenses era evidente e Machadinho aproveitou o deslocamento de Carlitos para aumentar o resultado. Tudo está agora mais complicado para o clube assegurar a permanência. O juiz Ricardo Fernandes e seus auxiliares realizaram o seu trabalho com o intuito de prejudicar os locais, mas se foi ou não com intenção, só eles saberão. O árbitro tem de ser mais isento e não um “crucificador” de alguém.
João Ferreira