A continuidade de um dos maiores centros de dados do mundo na Covilhã pode estar em causa. Segundo noticiou recentemente o jornal “Expresso, «a PT Portugal arrisca-se a ficar sem o apoio comunitário que solicitou» para o Data Center inaugurado há quase dois anos. São 17,3 milhões do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional que nunca chegaram aos cofres da PT por falta de aval da Comissão Europeia.
A mesma notícia explica que este atraso de Bruxelas prende-se com a «fraca viabilidade económica, o facto de uma empresa como a PT não precisar de incentivos para investir e o buraco criado pelos investimentos em papel comercial do Grupo Espírito Santo». A decisão da operadora de telecomunicações brasileira OI de não colocar na Covilhã os seus dados, tal como o Estado Português, puseram em causa viabilidade económica do Data Center. A isto soma-se ainda o número elevado de centros de dados existentes, tornando a oferta excedentária. Sobre este assunto, a Câmara da Covilhã disse já ter reunido com o número dois da PT, João Sousa, na última sessão do Conselho Executivo da Comunidade Intermunicipal por considerar que este «é um projeto de enorme relevância, não só na Covilhã, mas em toda a região», justificou Vítor Pereira.
O autarca adiantou que João Sousa terá dito que «as notícias veiculadas não correspondem à verdade», garantindo que o Data Center «é obviamente para manter». O responsável da PT explicou ainda à CIM Beiras e Serra da Estrela que o grupo está neste momento num período de estabilização e que procuram agora oferecer o melhor preço pelo melhor serviço no Data Center. Por esta altura, previa-se que o famoso cubo desenhado por Carrilho da Graça não estivesse tão “solitário”, pois do projeto fazem parte mais três módulos e Vítor Pereira assegura que esta continua a ser a ideia da PT, mas que para isso será necessário «aumentar a quota de mercado», um dos objetivos já assumidos pela empresa.
Apesar de se mostrar confiante com a permanência do centro de dados na Covilhã, o edil acrescenta que pediu ao Governo para «interceder pela região em Bruxelas», pois este «é um investimento da maior importância» e «estou convencido que nenhum Governo quer ver prejudicado um investimento desta envergadura». Recorde-se que o projeto faz ainda parte da administração de Zeinal Bava e foi inaugurado a 23 de setembro de 2013. Previa-se que fosse um dos maiores locais de gestão e armazenamento de dados, sendo considerado estratégico para o futuro da operadora. Já em dezembro passado o “Expresso” dava conta que a PT Portugal estaria a negociar um contrato de outsourcing de longa duração com várias multinacionais interessadas em gerir e explorar o Data Center da Covilhã. Notícia negada pelo porta-voz da PT.
Ana Eugénia Inácio 
