Projeções constam das conclusões do projeto DEMOSPIN, agora divulgado em livro da autoria dos investigadores da UA Eduardo Anselmo Castro, José Manuel Martins e Carlos Silva.
A manter-se a fecundidade atual e não havendo migrações, apenas as regiões do Cávado, Lisboa, Setúbal e Algarve não perdem população até 2040 e o interior irá perder um terço da população, segundo investigadores da Universidade de Aveiro (UA).
As projeções constam das conclusões do projeto DEMOSPIN, agora divulgado em livro, com o título “A Demografia e o País: Previsões Cristalinas sem Bola de Cristal”, da autoria dos investigadores da UA Eduardo Anselmo Castro, José Manuel Martins e Carlos Silva. De acordo com a metodologia seguida no livro e considerando o mais favorável de três cenários apresentados, no litoral português apenas as regiões do Cávado, Lisboa, Setúbal e Algarve podem não perder população.
Na faixa do interior do país que vai desde Trás-os-Montes ao Alentejo, a manter-se a atual tendência da evolução do índice de fecundidade e não havendo migrações, as previsões apontam para a perda de aproximadamente um terço da população atual, em 2040. O livro, editado pela Gradiva, propõe uma nova abordagem para as previsões demográficas, relacionando os indicadores da população com a evolução da economia.
«Os estudos de prospetiva são escassos em Portugal, navega-se demasiado à vista», comenta Eduardo Anselmo Castro, citado pela agência Lusa. O autor refere os setores da Educação e da Saúde como dois exemplos em que é notória essa escassez: «Se um médico demora dez anos a formar, como é possível conceber uma estratégia para o setor sem previsões rigorosas sobre a sua evolução?».
O professor e investigador considera que «não há estudos demográficos sérios sem ter em conta a evolução da economia e vice-versa». «A Segurança Social vai colapsar? Quantos seremos daqui a 30 anos? O aumento da fecundidade resolve os nossos problemas?». Essas são questões a que o livro procura dar resposta.