Arquivo

«Eles dizem que a economia está melhor, mas a vossa está?»

Santinho Pacheco avisa que o distrito da Guarda «perdeu tudo nesta legislatura e estamos em vias de perder mais se não mudarmos de Governo»

«Quem não cumpre não merece continuar» na Assembleia da República, considerou Santinho Pacheco em Celorico da Beira, durante a apresentação, no domingo, da lista do PS às legislativas.

Dois dias depois da coligação de direita ter feito o mesmo no castelo local, o cabeça-de-lista socialista afirmou que os três eleitos do PSD – dois dos quais concorrem de novo pela lista de “Portugal à Frente”, Carlos Peixoto e Ângela Guerra – «tinham a obrigação de percorrer o distrito, de contactar e ajudar os autarcas, de entrar nas IPSS e de visitar as empresas para ouvir os problemas dos empresários. Mas não o fizeram, por isso não merecem continuar no Parlamento». Num comício com cerca de duas centenas de pessoas houve concertinas, febras e entremeada, mas só depois dos cinco primeiros elementos da lista subirem ao palco montado no recinto do Museu do Agricultor e do Queijo para dizerem que há quatro anos o distrito perdeu com a eleição de três deputados pelo PSD. «Foi um cartão vermelho para a Guarda porque perdemos tudo o que havia para perder. Esta legislatura traduziu-se em zero para o distrito, pelo que não entendo como esses deputados ainda têm coragem de fazer campanha», declarou José Albano Marques.

A “jogar” em casa, o presidente da Federação do PS avisou que «a situação do país irá piorar com um Governo de direita» e interrogou a plateia: «Eles dizem que a economia está melhor, mas a vossa está?». A assistência respondeu «não» e o líder socialista pegou na deixa para reclamar uma «maioria absoluta» para o PS. Seguiu-se Olga Marques, terceira da lista, que fez questão de lembrar que Carlos Peixoto e Ângela Guerra votaram «a favor da extinção das freguesias, da manutenção das portagens e do fecho dos SAP». Por sua vez, Maria Antónia Almeida Santos, que fez a terceira aparição nesta pré-campanha, assumiu o combate «às assimetrias e às desigualdades que ainda subsistem no interior relativamente ao litoral» como grande tarefa dos eleitos do PS. «Temos um programa, uma estratégia e podemos prestar contas», acrescentou a número dois da lista, imposta por António Costa.

Último a falar, Santinho Pacheco assumiu a criação de emprego como prioridade da sua candidatura, dizendo que «precisamos de uma política de reorientação do investimento para o interior». Aliás, revelou que o programa de António Costa contempla a criação de uma unidade de missão para o desenvolvimento do interior que ficará «na dependência direta do primeiro-ministro». Outra será a redução das portagens nas autoestradas A25 e A23 – «que poderá ir mesmo até aos 50 por cento», adiantou –, bem como a defesa do Hospital Sousa Martins. «Não vai ser uma enfermaria do Hospital da Covilhã», sublinhou o antigo Governador Civil, que também se propõe lutar pelo futuro do Instituto Politécnico da Guarda. «Se querem reformar o ensino politécnico, que comecem em Lisboa, no Porto ou Coimbra, congelando as vagas desses politécnicos», sugeriu. O cabeça-de-lista afirmou ainda que «o voto útil é no PS» e apelou aos indecisos e aos descontentes com o atual Governo. «Foram quatro anos de impostos, de cortes das pensões e de aumentos», declarou, avisando que o distrito «perdeu tudo e estamos em vias de perder mais se não mudarmos de Governo».

O PS concorre com Santinho Pacheco (Gouveia), Maria António Almeida Santos (Lisboa), Olga Marques (Celorico da Beira), António Saraiva (Guarda), Miguel Carvalho (líder da JS, Manteigas), Sandra Fortuna (Sabugal), Daniel Salvador (Trancoso) e Luís Filipe Reis (Fornos de Algodres).

António Costa na Guarda na segunda-feira

A candidatura socialista inaugurou na semana passada a sua sede de campanha no Largo General Humberto Delgado (junto à Madrilena), na Guarda, um gabinete que funcionará como “Espaço Cidadão/ Deputados PS-Guarda” após 4 de outubro. O objetivo é «aproximar eleitores e eleitos», sendo que o espaço está disponível «para servir pessoas, instituições e empresas da Guarda e do distrito». Entretanto, o secretário-geral do PS António Costa estará na Guarda na segunda-feira para participar num jantar-comício a realizar no Jardim José de Lemos ou no pavilhão do Inatel, se as condições meteorológicas não o permitirem.

Luis Martins Socialistas dizem que a eleição de três deputados do PSD em 2011 foi «um cartão vermelho» para a Guarda

Comentários dos nossos leitores
Jorge castro lopes jorgecastrolopes@hotmail.com
Comentário:
A página do PS Guarda fala em cerca de cinco centenas de militantes e simpatizantes presentes. Luis Filipe Reis não é candidato embora o desejasse e tivesse anunciado.
 

Sobre o autor

Leave a Reply