A coligação “Portugal à Frente” foi a «casa dos adversários» na passada sexta-feira para apresentar a lista às legislativas de 4 de outubro. Em Celorico da Beira, autarquia gerida pelos socialistas e de onde é natural o presidente da Federação, Carlos Peixoto inspirou-se nos cartazes do PS para assumir o desafio de eleger três deputados pelo círculo da Guarda.
«Queremos três de nós no Parlamento, tal como em 2011», afirmou o cabeça-de-lista no castelo de Celorico, perante algumas centenas de apoiantes. O candidato do PSD/CDS-PP assumiu a criação de emprego como principal objetivo do seu programa eleitoral – que será divulgado esta tarde –, pois «não há outra forma de evitar o despovoamento» da região. Nesse sentido, Carlos Peixoto prometeu apoiar os jovens agricultores e «pugnar» por mais medidas de discriminação fiscal para as empresas que se instalem no interior. «O IRC vai ter que baixar», sublinhou o atual deputado, que também quer ajudar as autarquias, a Comunidade Intermunicipal e as associações empresariais a elaborarem um plano de marketing para «promover e “vender” o distrito no estrangeiro para captar investimento».
O candidato, que concorre a um terceiro mandato, repetiu várias vezes a ideia de que, hoje, «o país está melhor do que há quatro anos» e contrapôs que «o PS é o risco de ficar pior depois destes tempos de crescimento». Avisou também que os eleitores vão ter que escolher entre «a segurança do que já conhecem» e «o risco da insegurança do que promete o PS». Sobre a lista da coligação, Carlos Peixoto admitiu que «uns gostam mais, outros menos, é sempre assim», para acrescentar que está satisfeito com as escolhas: «É uma lista equilibrada, coesa, eclética e proporcional», disse. O candidato afirmou também que os três eleitos do PSD na Assembleia da República (ele, Ângela Guerra e João Prata) trabalharam «horas e horas para resolver problemas de famílias, empresários e jovens» do distrito, exemplificando que o programa “+ Superior”, a majoração de IRC e a escolha da Guarda para sede da Águas de Lisboa e Vale do Tejo tiveram «a nossa intervenção».
Carlos Peixoto apelou ainda aos indecisos e aos descontentes com o Governo que «ultrapassem o ressentimento e se reconciliem» com a coligação porque esta «é a única alternativa viável para o crescimento continuar e termos um futuro de esperança e confiança». Nesta sessão, o mandatário João Queiroz disse ter aceite este desafio porque «agora há rigor» e porque tem «confiança» no atual Governo. «Não quero voltar a 2011», acrescentou o antigo reitor da UBI e atual diretor-geral do Ensino Superior. Por sua vez, Alfredo Nobre falou em representação do CDS – Henrique Monteiro não esteve presente por motivos familiares – e repetiu as palavras «confiança», «esperança» e «igualdade» como atributos da governação. «O pior passou. Este é o tempo de construir o futuro que merecemos, um futuro mais próspero», disse o líder da concelhia centrista do Sabugal.
Além de Carlos Peixoto (presidente da Distrital e deputado no Parlamento), a lista da coligação é formada por Ângela Guerra (deputada, Pinhel), Carla Ravasco (independente, Guarda), Filipe Rebelo (líder da JSD distrital, Mêda), Henrique Monteiro (presidente da Distrital do CDS), Isabel Mamede (presidente do PSD Seia), Alfredo Nobre (líder da secção do Sabugal do CDS) e a independente Maria de Fátima Fernandes, de Vila Nova de Foz Côa.
Coligação visitou O INTERIOR
Os candidatos da coligação PSD/CDS-PP visitaram a redação de O INTERIOR na última segunda-feira.
Nesta visita de cortesia, Carlos Peixoto, que esteve acompanhado de Ângela Guerra, Carla Ravasco e Henrique Monteiro, reagiu às críticas do socialista Santinho Pacheco, para quem os candidatos da direita nada fizeram no Parlamento e não são conhecidos no distrito. «Aconselho-o a que se informe, que leia, que estude, que analise devidamente aquilo que fizemos na Assembleia da República e que depois se pronuncie», disse o cabeça-de-lista. Para hoje está prevista a apresentação do programa eleitoral, numa sessão a realizar na Alameda de Santo André, na Guarda. Já no dia 18, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas participam num almoço-comício na cidade mais alta, naquela que será a sua única passagem pelo distrito antes das eleições.
Luis Martins