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Filarmónica de Famalicão da Serra quer comemorar mais cem anos

Há 30 anos a trabalhar sem interrupções, única banda do concelho da Guarda tem atualmente 37 elementos, maioritariamente jovens

A única banda filarmónica do concelho da Guarda nasceu há cem anos na aldeia de Famalicão da Serra. Trata-se da Banda Filarmónica de Famalicão da Serra que já traçou o primeiro objetivo do centenário: «Comemorar mais cem anos», afirma Marco Silva, membro da direção da coletividade. Para tal, há um desafio claro, o de «incentivar não só os famalicenses, mas também os habitantes de aldeias vizinhas a participar e a colaborar».

A trabalhar atualmente com 37 elementos, com idades compreendidas entre os cinco e 60 anos, a banda famalicense é obrigada a enfrentar a dura realidade que afeta todo o interior, a desertificação e a falta de jovens. Ainda assim, Marco Silva orgulha-se de dizer que «70 por cento da nossa banda são jovens» e garante que «a emigração interfere, mas não é um problema, uma vez que se consegue sempre substituir esses músicos que saem». A filarmónica de Famalicão da Serra encarrega-se da formação dos próprios músicos, sendo a Escola de Música «o motor impulsionador da banda», formando todos os anos elementos que posteriormente integram as suas fileiras. É no verão que a banda aumenta a sua atividade, com convites para atuar em festas, sobretudo religiosas. Apesar das dificuldades que vão sendo obrigados a atravessar, a banda vive «dias felizes», mas nem sempre foi assim. Na segunda metade do século XX, a coletividade que dá vida à aldeia de Famalicão da Serra teve um interregno de cerca de 20 anos, tendo regressado ao ativo a partir de 1980. Desde então não voltou a parar.

À frente do elenco musical desde 1999 está António Saraiva Inácio. Foi na banda do concelho vizinho, na Filarmónica Popular Manteiguense , que viu nascer o gosto pela música com apenas 12 anos de idade. O maestro confessa que reger a banda de Famalicão «foi um desafio que me deu muito gosto abraçar e que exigiu muito de mim», uma vez que não tinha estudos de Conservatório. Ainda assim não desistiu e posteriormente frequentou o curso de regente. Cativar mais músicos para a Escola de Música é um dos objetivos do maestro, que tem consciência que só assim será possível dar continuidade à filarmónica e «trabalhar ainda mais para que a banda consiga sempre dar o seu melhor em todas as atuações». Antes da sede oficial, a banda viveu um período em que foi obrigada a saltitar de «sede em sede», passando por uma casa de habitação, uma pequena loja e uma garagem. Atualmente, a coletividade dispõe de sala de ensaio condigna, um autocarro e uma carrinha para o transporte dos músicos.

Entre várias atuações em festas religiosas, a Filarmónica de Famalicão soma no currículo participações na Feira Popular de Lisboa em 1992, num encontro de bandas no âmbito das comemorações do Foral da Guarda, em 1998, e em diversos encontros de bandas pelo país.

Ana Eugénia Inácio Banda comemorou centenário com encontro de bandas

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