«A principal novidade este ano é a existência de um espaço expositivo dedicado à agricultura, da responsabilidade da Câmara Municipal de Trancoso. Penso que o objetivo principal do município é focalizar o setor primário, uma vez que é uma área onde é importante centrar algumas preocupações do ponto de vista económico.»
P – Falta pouco para começar mais uma edição da Feira de S. Bartolomeu. Quais são as principais novidades deste ano?
R – A principal novidade este ano é a existência de um espaço expositivo dedicado à agricultura, da responsabilidade da Câmara Municipal de Trancoso. Penso que o objetivo principal do município é focalizar o setor primário, uma vez que é uma área onde é importante centrar algumas preocupações do ponto de vista económico. Por isso, com esta área pretende-se dinamizar este setor, bem como divulgar novas práticas e culturas. Outra novidade desta edição diz respeito às tasquinhas, já que vamos ter mais do dobro do ano passado, quando foram apenas duas. Este ano o número passou para cinco.
P – E qual é a expetativa da organização para esta edição? Houve uma alteração em relação às datas, pois em anos anteriores a aposta era começar o certame mais cedo.
R – As nossas expectativas para esta edição são as normais para um evento que decorre anualmente durante o mês de agosto. Nós temos noção que a feira de São Bartolomeu ganhava mais se começasse mais cedo. No entanto, chegámos a um consenso ao nível da organização de a realizar de 13 a 23 de agosto, embora a ideia de a iniciar antes, provavelmente no fim-de-semana anterior, estivesse presente devido ao fenómeno da emigração. É isso que está a ser feito em todo o lado. Exemplo disso é a Feira de São Mateus, que até há bem pouco tempo começava a 28 de agosto, depois passou para dia 20 e este ano arranca a 7 de agosto e termina a 12 de setembro. Nós, com a Feira de São Bartolomeu, temos andado fixados numa ideia do passado, que é a de o dia de S. Bartolomeu ser a 24 de agosto, e é preciso esquecer isso. Já observei alguns comentários de emigrantes nas redes sociais a dizerem que a feira só começava quando eles iam embora. É importante haver esta preocupação. Acho que existe a necessidade de fazer uma escolha, uma vez que temos de tentar ir de encontro à sua função económica, dinamizando os diferentes setores de atividades do concelho e da região. Neste sentido, essa decisão passa por iniciá-la no fim da primeira semana de agosto e terminá-la por volta do dia 20, já que é quando temos aqui a maior parte da população. Não podemos continuar agarrados ao passado e à crítica que vem surgindo acerca de não se respeitar o dia de São Bartolomeu.
P – Mantém-se o modelo de organização iniciado no ano passado, em que a Câmara assumiu os custos da animação? Qual a vantagem desta opção?
R – A animação é inteiramente da responsabilidade da Câmara, desde a contratação de artistas, a tudo o resto. A nós, à Associação Empresarial, cabe-nos a comercialização dos espaços, ou seja, a contratação do material de exposição dos stands e, posteriormente, a sua comercialização e ainda toda a publicidade do evento.
P – Em termos de custos, quanto se vai gastar na organização do certame e no programa de animação? Continua a haver apoios para a realização do evento?
R – Da nossa parte, os custos previstos rondam os 45 mil euros mais IVA.
Não há apoios para a concretização deste evento. Os valores são suportados exclusivamente pela AENEBEIRA e pela Câmara Municipal de Trancoso.
P – Quantos expositores vão estar presentes? Há variações em relação a edições anteriores?
R – Serão sensivelmente os mesmos que participaram na edição anterior, cerca de 150 agentes económicos do concelho, da região e de outros pontos do país.
P – Há algum setor que se destaque mais, ou alterações em relação ao ano passado? Nota-se o efeito da retoma, ou nem por isso?
R – Penso que a Feira de São Bartolomeu de 2015 vai ser muito semelhante àquilo que ocorreu nas últimas edições, quer na exposição de atividades económicas, do setor automóvel, da maquinaria agricola e do artesanato. No entanto, quero também salientar que vamos ter uma emissão do programa da RTP “Verão Total” no dia da inauguração que será retransmitida em direto do Largo das Portas El Rei, na entrada principal da feira, entre as 15 e as 18 horas. A abertura do certame será feita no final do programa.
P – Mantêm-se os preços cobrados aos expositores nos últimos dois anos? Porquê?
R – Sim. Há cerca de quatro, cinco anos baixámos significativamente os preços dos stands presentes no salão de atividades económicas, patente no Pavilhão Multiusos, os restantes mantêm-se há alguns anos sem qualquer tipo de alteração. Houve somente uma mudança no que diz respeito aos preços das tasquinhas, já que colocámos um valor mais convidativo.
P – Quais os preços das entradas para os diferentes dias?
R – Durante seis dias os espetáculos terão um custo de dois euros e nos restantes cinco dias a entrada é gratuita. Essa é a informação de que dispomos.
P – Em termos de cartaz das festas, esta é uma altura em que as pessoas querem espetáculos e grandes nomes. O que temos?
R – Acho que este ano esse aspeto está melhor do que no anterior. Contaremos com a presença do António Zambujo (dia 14), Herman José (dia 15), Mickael Carreira (dia 21), Quinta do Bill (dia 22), que são, de facto, os artistas principais desta edição.
P – Quantas pessoas visitaram a feira no ano passado? E este ano apontam para que número?
R – No ano passado passaram pelo recinto cerca de 100 mil pessoas. Este ano apontamos também para o mesmo número, é a nossa expetativa. Nos anos 90 conseguíamos ter edições com muito mais gente, agora, por exemplo, já não conseguimos ter 17 ou 18 mil pessoas para os grandes concertos, caso dos Xutos e Pontapés ou do Tony Carreira, pois não temos gente para isso.
P – Continuam a achar que esta é a maior feira do distrito da Guarda?
R – Continua a ser, seguramente. Contudo, nesta região vive cada vez menos gente e isso tem um reflexo nesta e noutras atividades.
P – Mas acabam por não saber aproveitar os emigrantes que regressam nestes dias e os deixam fugir?
R – Pois é por isso que afirmo ser importante aproveitar a presença, entre nós, da comunidade emigrante. Nesse sentido, o ideal seria iniciar a feira no final da primeira semana de agosto, uma vez que as pessoas chegam de férias ou da praia. Esta é a aposta para 2016. Porém, não podemos aumentar o número de dias, se anteciparmos deve terminar mais cedo.
P – Há algum aspeto que considere ser oportuno referir em relação à próxima edição?
R – Fica o convite a todas as pessoas da região para visitarem a edição de 2015 da Feira de S. Bartolomeu, em Trancoso.