Já todos nos questionámos e debatemos acerca do envelhecimento da população, no entanto, não desvalorizando o importante papel dos nossos avós, temos de começar a reforçar o valor dos jovens na nossa sociedade e cidade.
Este manifesto não tem carácter radical tendo por objetivo despertar o espírito crítico e empreendedor para a prática de uma cidadania mais participativa por parte dos jovens na luta pelos seus ideais! Se o conceito de cidadania pressupõe uma efetiva participação, pressupõe também um reconhecimento comunitário dessa pertença. Um cidadão jovem é um “igual” cuja autonomia deve ser reconhecida, cujos projetos devem ser respeitados. Temos um desejo de participação, de protagonismo.
«Os jovens são pessoas como as outras, as organizações juvenis são organizações como as outras, os líderes juvenis são cidadãos como os outros. Devem ser apoiados, financiados e solicitados, em situações de equidade com os outros. Sem complexos. Se a associação de estudantes estrutura a participação discente na respetiva escola, merece apoio; mas não merece, se apenas promove umas festas ou se degradou em comércio. O clube de jovens empresários, ou de jovens artistas, ou de jovens profissionais, deve receber os apoios adequados aos domínios e objetivos da sua intervenção; mas não lhe deve ser tolerada qualquer lógica de favor, a pretexto de uma suposta singularidade da sua vinculação geracional. Continua, pois, a ser necessária uma política de juventude. Não para exibir uma “montra” de jovens, ou seduzi-los segundo as velhas regras de “pão e circo”; mas sim promover a articulação transversal das várias questões sociais que lhe dizem respeito e para facilitar a sua participação no enfrentamento de tais questões. Uma e outra coisa só se
conseguem se se acreditar na plena cidadania dos jovens, titulares de direitos e responsabilidades. Respeitando o que fazem e a lógica por que o fazem, mas promovendo a sua consciência crítica também através do exercício da crítica sobre o que fazem» (Augusto Santos Silva, 2007).
Desenhar políticas de juventude é desenhar mapas de futuro. Mas não valeria a pena desenhá-los se não houvesse viajantes para os percorrer. Que sentido podem os jovens dar à política se se sentem fora dela?
Nós jovens temos possíveis rotas de abertura ao futuro, que pesquisadores e decisores políticos não poderão deixar de levar em linha de conta quando pensam nos instrumentos para orientar as políticas de juventude.
Ora, o que acontece com alguns jovens? Nem a sociedade os vê como iguais, nem os próprios se pretendem afirmar como “iguais”, embora travem “lutas de reconhecimento”. Há jovens que não podem nem querem viver com os padrões prevalecentes da sociedade. O conformismo assusta-os. Ou a possibilidade de serem engessados em “moldes de comportamento”. Negam-se a serem tomados como marionetas pendentes de fios de aço de políticas de juventude que apenas os pretendem “enquadrar”. Fica a dica!
* Título da responsabilidade da redação
Mariana Santos e Tiago Lourenço, Guarda, carta recebida por email