Arquivo

Férias na campagne

Uma parte significativa das moradias na nossa região pertencem a famílias emigradas. Chegam por estes dias às vilas e aldeias, cantam e dançam melodias que o território já esqueceu.

Tal como aqueles que partem para o litoral, idealizam um campo parado no tempo e as cidades no auge da modernidade. Não sei se é um problema de educação ou da sua ausência.

As cidades lutam pela melhoria da qualidade dos seus recursos, tão básicos como o ar que se respira. Promovem as hortas de varanda, orientadas para as avenidas do carbono. Procuram a descida dos custos de vida e a eficiência nos transportes. Em termos práticos, as cidades ambicionam ser campo.

E isto acontece porque o modelo de cidade que conhecemos ultrapassou a barreira da sua sustentabilidade. Na Europa, o campo é para quem pode.

O atraso destes territórios reside nas suas políticas. Depois da desindustrialização, retomamos o mesmo caminho sem nada aprender. Negócios baseados em salários mínimos estarão condenados no tempo. E enquanto o pau vai e vem, somos ultrapassados por aqueles que instalam os negócios certos nos locais com essa vocação.

Mas isso obrigaria os eleitos a conhecer a vocação dos seus territórios, e a ler as milhares de páginas dos estudos contratados e pagos para as estratégias territoriais. É pedir muito. Mas esta é a discussão que é compreendida por poucos. Por isso, cantemos.

Por: Frederico Lucas

Sobre o autor

Leave a Reply