Para quem é fã de Nicolas Jaar, os últimos meses têm dado muitos frutos. Primeiro, em fevereiro lançou de uma forma surpreendente, através do YouTube, uma trilha sonora não oficial para “The Color Of Pomegrenates”, um filme rodado em 1969 por Sergei Parajanov. Esta “soundtrack” amigavelmente denominada “Pomegrenates” é hoje um álbum não oficial salpicado de momentos etéreos ambientais de uma qualidade absolutamente invejável. Olha-se para “Construction”, “The foi and his harém”, “Folie à deux”, “Three Windows”, “Tourists”, “Volver” e as enormes “Shame” e “Muse”. Além desta prenda aos fãs, Jaar lançou ainda entre março e julho dois da série “Nymphs” (II e III) também de extrema qualidade.
Noutro registo avançamos para Jenny Hval que vê se o seu ”Apocalypse, girl” ser editado pela conceituada Sacred Bones. Jenny é uma artista diferente, dona de uma pose praticamente conservadora dentro da própria Sacred Bones mas que consegue criar atmosferas bastante sensuais ao longo do seu álbum de estreia. Atenta-se a “Take care of yourself”, “Heaven”, “Why This?” e a bela “Sabbath”.
Dando ainda mais diversidade a este décimo terceiro Audiofiili, vamos até ao terceiro álbum de estúdio de Miguel, a melhor novidade do R&B americano. “Wildheart” é um álbum muito rockeiro com imenso “groove” e alguma pop para o final do álbum que é talvez um pouco dispensável. Partindo dessa separação de águas neste terceiro disco de Miguel, escolhe-se “DEAL”, “The valley”, “Waves” e “NWA”.
João Gonçalves