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Denunciados alegados maus tratos a animais no canil municipal de Seia

GNR e Ministério Público vão investigar casos denunciados nas redes sociais, mas que a autarquia diz serem «imagens manipuladas»

A GNR elaborou um auto de notícia após visitar, no último sábado, o canil municipal de Seia que foi denunciado nas redes sociais por alegados maus tratos de animais incorrendo num crime de abuso animal.

Segundo o Comando Territorial da Guarda, o auto já foi entregue ao tribunal senense para o Ministério Público decidir os próximos passos da investigação. A mesma fonte adianta que a GNR atuou após receber uma «denúncia anónima» através da Linha SOS Ambiente. O caso foi despoletado no sábado após a divulgação no Facebook de imagens e vídeos chocantes de cães alegadamente eutanasiados de formas ilegais, por afogamento ou asfixia, no canil de Seia, que uma das internautas chega mesmo a chamar de “Auschwitz dos animais”. O conteúdo partilhado mostra, entre outras imagens, cadáveres de cães empilhados frente às boxes de animais vivos, referindo-se ainda que há corpos guardados em arcas frigoríficas dentro de sacos de ração e que o canil . Os denunciantes pedem que sejam feitas autópsias aos cadáveres que foram fotografados no chão do canil, nos quais são visíveis vários ferimentos.

Quem já se pronunciou sobre estas denúncias foi a Câmara de Seia, que, num comunicado divulgado no sábado no seu site, sustenta que as imagens partilhadas no Facebook foram «manipuladas e instrumentalizadas» para lançar «na opinião pública um clima de indignação». No documento, o município presidido por Carlos Filipe Camelo adianta que participou o assunto ao Ministério Público para que «se esclareçam as acusações» imputadas aos serviços do município e também para que «se averigue a sua natureza e identifiquem o(s) autor(es) com base nalgumas informações que divulgará aos agentes da investigação». A autarquia sublinha também que cumpre a legislação em vigor e que, «só em ultima instância, os animais que não são adotados são abatidos para posterior incineração, de acordo com todos os procedimentos legais e veterinários, com recurso a anestesia prévia e posterior injeção intracardíaca».

A Câmara acrescenta que o abandono de animais «tem vindo a crescer exponencialmente, o que torna o abate inevitável, particularmente dos mais velhos e doentes», mas recorda que no primeiro semestre deste ano foram adotados 70 cães e gatos em virtude «da ampliação voluntária que o município faz do prazo mínimo de permanência dos animais, fixado pela lei em oito dias». No documento, o município convida ainda os cidadãos a visitarem o canil/gatil municipal para conhecerem as suas condições de funcionamento.

No Facebook foram partilhadas imagens e vídeos chocantes de cães alegadamente eutanasiados de formas ilegais

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