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Valor de ajustes diretos faz estalar o verniz entre maioria e oposição

Joaquim Carreira diz que Câmara da Guarda gastou oito milhões em ajustes diretos em ano e meio, Álvaro Amaro nega e vai pedir explicações ao vereador socialista na próxima reunião do executivo

O verniz estalou entre Álvaro Amaro e o vereador do PS Joaquim Carreira por causa de mais uma contratação por ajuste direto. No final da última reunião da Câmara da Guarda, realizada na segunda-feira, o socialista declarou que, em ano e meio, a atual maioria já gastou mais de oito milhões de euros em serviços externos e contratualização de obras. O presidente da Câmara nega e desafiou o eleito da oposição a explicar o que disse aos jornalistas na próxima sessão do executivo.

Em causa estava a contratação por ajuste direto da prestação de serviços para a manutenção do Parque Urbano do Rio Diz, por 37 mil euros (mais IVA), durante quatro meses. A proposta passou por maioria, com o voto contra de Joaquim Carreira, o único vereador do PS que participou na reunião, para quem «não há nenhuma razão» que justifique este procedimento e a despesa que lhe está associada. «A Câmara tem 16 funcionários afetos à manutenção de jardins e áreas verdes e deveria aproveitá-los na manutenção e tratamento daquele espaço», justificou o socialista, segundo o qual aquela zona de lazer «tem funcionado bem e não tem problemas de maior». O assunto foi retomado pelo vereador no “briefing” habitual com os jornalistas no final de cada reunião e aí Joaquim Carreira foi mais longe ao afirmar que o município gastou oito milhões de euros em ano e meio de mandato de Álvaro Amaro e da maioria PSD/CDS-PP.

Com base na informação disponível sobretudo no portal Base relativo aos contratos públicos, o vereador concluiu que a autarquia celebrou contratos por ajuste direto «no valor de 2,9 milhões de euros entre o final de 2013 e a semana passada» e mais 3,9 milhões de euros em concursos públicos, aos quais somou um milhão de euros gasto neste período. «A Câmara da Guarda fez adjudicações diretas da ordem dos 8 milhões de euros em ano e meio de exercício autárquico», sublinhou aos jornalistas. Literalmente apanhado de surpresa com estas declarações e contas do eleito da oposição, Álvaro Amaro disse que recusa «fazer política na comunicação social» e desafiou Joaquim Carreira «a justificar» o valor divulgado daqui a quinze dias, na próxima reunião de Câmara. «Quem me dera ter esse valor de adjudicações em contratos de prestação de serviços. É de uma gravidade sem limites porque não é verdade», respondeu o autarca, adiantando que o socialista «devia ter falado nisso» na reunião de Câmara. Até lá, deixou um recado à oposição: «Só há duas coisas que me travam: a lei ou a falta de dinheiro», acrescentou.

Quanto ao recurso a serviços externos para a manutenção do parque urbano, o presidente do município afirmou que o objetivo é tornar aquele espaço verde «melhor e mais bonito numa altura do ano em que a Guarda atrai mais pessoas, por isso é preciso embelezar aquele espaço e nós queremos melhorar uma das salas de visitas da Guarda». De resto, o edil adiantou que foi feita «uma experiência» com funcionários da Câmara durante ano e meio e não resultou. «Não temos capacidade interna para limpar e manter o parque urbano em boas condições», sublinhou Álvaro Amaro.

Luis Martins Autarquia vai contratar empresa, por ajuste direto, para fazer a manutenção do parque urbano do Rio Diz por 37 mil euros mais IVA

Comentários dos nossos leitores
antonio vasco s da silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
Se não tem capacidade interna só há um remédio: formar gente do quadro ou então entregar a uma entidade privada. O problema está em ter o espaço bonito, é importante dar uma boa imagem desta nossa Guarda. E porque não colocar ali uma tenda fixa todo o ano dedicada à cidade para divulgar a Guarda (…) E para quando capacitar este espaço como área de actividades lúdicas nas ferias das nossas crianças? (…) E porque não abrir este espaço às pessoas da terceira idade com actividades paralelas às destinadas aos jovens, como música, dança e desporto. E porque não organizar sessões de cinema ao ar livre nestas noites de Verão ou criar um campo de futebol para que se possa fazer um torneio de Verão? Há tanto a fazer e não há quem deite as mãos à obra por falta de ideias e de não haver espírito empreendedor para dinamizar esta zona e ocupar as nossas crianças, evitando assim que elas estejam sempre ligadas às máquinas da net. Creio mesmo que com as condições que temos, a Guarda pode tornar-se numa cidade de desporto, mas falta gente com vontade de fazer e temos muitas outras que também não deixam fazer e quem perde é o cidadão comum. A Guarda precisa de gente que saia do conformismo, de gente dinamizadora, com ideias e dedicação à Guarda. Quando se apostar nesta classe de pessoas, está-se a apostar no futuro de uma região. A Guarda tem que ser uma cidade vocacionada para o turismo! (…)
 

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