A associação de desenvolvimento Aldeias Históricas de Portugal vai preparar uma candidatura para classificação como Património Mundial da Humanidade das 12 localidades que integram a rede.
«Tendo em conta o património histórico, social e cultural, mas também o que estas localidades representam não só para o interior mas para todo o país, achamos que devemos começar a trabalhar nessa candidatura», adiantou António Dias Rocha. O presidente da associação e também autarca de Belmonte reconheceu que o processo «não será fácil, além de ser longo e trabalhoso», mas mostrou-se «confiante» relativamente ao desfecho. «A nossa ambição é conseguirmos que dentro de cinco anos esta distinção seja atribuída às 12 aldeias», adiantou o responsável, segundo o qual o selo da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) poderá ter «um forte impacto em termos da divulgação, promoção e desenvolvimento turístico e cultural de toda a região».
Relativamente ao que será feito entretanto, Dias Rocha sublinhou que a rede das Aldeias Históricas que abrange os distritos da Guarda, Castelo Branco e Coimbra continuará a trabalhar no «sentido de desenvolver, defender e salvaguardar o património destas aldeias, não só em termos materiais e imateriais». Para tal, deverá contar com o apoio de fundos comunitários nomeadamente através do PROVERE – Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos – Aldeias Históricas e Património Judaico que, no último quadro comunitário de apoio, envolveu 4,5 milhões de euros. «Com certeza que vamos ter oportunidade e condições para ter mais verbas em termos do PROVERE, até porque sabemos que a verba total a distribuir se manterá na ordem dos 35 milhões de euros, sendo que as áreas abrangidas não serão oito, e sim, ao que tudo indica, apenas cinco. Portanto, neste ponto, estamos otimistas», referiu o autarca.
Atualmente há doze Aldeias Históricas: Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso. O projeto foi lançado pelo então primeiro-ministro Cavaco Silva, em 1994, e envolvia apenas dez localidades. Nove anos mais tarde juntaram-se-lhes Belmonte e Trancoso. Já a Associação de Desenvolvimento foi fundada em 2007 para gerir este destino turístico.