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Vamos falar de Mary Louise?

Opinião – Ovo de Colombo

Já ouviu falar em Mary Louise Gummer? Não? Tem a certeza? E se eu lhe disser que este é o nome verdadeiro de Meryl Streep?

Não há nomes consensuais em nenhuma área, mas Meryl Streep estará perto de sê-lo no mundo da sétima arte. Com 19 nomeações para os Óscares, de onde saiu com a estatueta por três vezes, a atriz, que na passada segunda-feira celebrou o 66º aniversário, é (quase) um nome incontornável na lista de nomeados divulgada anualmente. Falamos da cerimónia do Kodak Theatre, mas são vários os prémios que coroam regularmente Meryl Streep, que até já recebeu a Medalha da Liberdade das mãos de Barack Obama, sendo que nem o presidente dos EUA escondeu a sua admiração por ela.

Muitos dizem que Meryl Streep é capaz de desempenhar qualquer papel e, provavelmente, têm razão. Drama, comédia, fantasia ou musical são exemplos de géneros que a atriz trata por “tu”, nunca perdendo a sua essência na invenção – ou reinvenção – de cada personagem.

A este ritmo, Meryl arrisca tornar-se (sendo que já o é para muitos) a melhor atriz de sempre: não podemos esquecer, ainda assim, que a seu favor tem ferramentas que não tinham, há algumas décadas, nomes como Katharine Hepburn ou Bette Davis – desde logo a globalização (explosiva) atual do cinema.

Meryl marca a diferença: tudo o que toca transforma-se em ouro. Exemplo disso é a nomeação recente pelo banal “Into the Woods” (2014), na categoria de melhor atriz secundária que, diga-se, na edição dos Óscares 2015 deixou muito a desejar. No entanto, estamos a falar de uma intérprete que brilhou em papéis tão diversificados como a destroçada Sofia de “A Escolha de Sofia” (1982), a implacável Miranda Priestly de “O Diabo Veste Prada” (2006) ou a credível Margaret Thatcher de “A Dama de Ferro” (2011). E cuja dedicação também é de destacar: no final dos anos 90, para o seu papel em “Música do Coração” (1999), aprendeu a tocar violino em oito semanas, praticando seis horas por dia.

Com pouco ou nada a provar, há uma pergunta que se impõe: será Meryl ainda capaz de nos surpreender? Não tenho dúvidas que sim.

Sara Quelhas*

*Mestre em Estudos Fílmicos e da Imagem pela Universidade de Coimbra

**Criadora de conteúdos na Última Sessão (fb.com/ultimasessao.cinema)

Sobre o autor

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