A revista “Orpheu” está em destaque este mês na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL), na Guarda, com exposições, uma conferência, um colóquio e um filme.
A mostra “A Geração d’Orfeu e o Modernismo” está patente desde ontem e recorda o grupo de jovens artistas que, em 1915, se uniu para escapar ao conservadorismo da época e «inovar, agitar as inteligências e as sensibilidades», editando a revista “Orpheu”. Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Armando Cortes Rodrigues, José Almada Negreiros, Luís de Montalvor, Alfredo Guisado e Ângelo de Lima foram alguns dos protagonistas desta “revolução” que culminou com a introdução do Modernismo nas artes e letras portuguesas. “Nós os de Orpheu”, que resultou de uma parceria entre a Casa Fernando Pessoa e o Instituto Camões, é outra exposição que pode ser vista na BMEL a propósito dos 100 anos da revista. Aqui, conhecemos os contributos dos seus protagonistas, tanto no tempo histórico da revista, como posteriormente e das memórias que estes autores e artistas nos legaram.
No dia 11, o ensaísta e poeta Arnaldo Saraiva profere uma conferência sobre “O Mito do Orpheu” e no dia 23 será exibido o filme “Conversa acabada”, de João Botelho, acerca da amizade entre Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro tendo por base os poemas e cartas de Pessoa e Sá-Carneiro. As iniciativas dedicadas à “Orpheu” terminam no dia 27 com o colóquio “O Anti-Dantas de Almada: um manifesto de Orpheu”, por Sara Afonso Ferreira, uma estudiosa da obra de Almada Negreiros que desde 2011 se dedica à inventariação do seu espólio. Quanto às iniciativas mensais, ontem, houve mais uma conversa informal de “A vida dos livros”. O convidado foi José Manuel Prata, que levou durante anos o livro e a leitura às populações do distrito da Guarda ao serviço das bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian.
Dia 18 realiza-se a tertúlia mensal “Guarda: a memória” dedicada aos “Jogos de outras épocas”, a pretexto do livro “Jogos tradicionais ao serão e na taberna”, de Mário Cameira Serra. A 20 de junho será apresentado o livro “Uma lâmpada de flores secas”, do professor Jorge Margarido, natural de Pínzio (Pinhel) e residente no concelho da Guarda há cerca de 50 anos. Já no dia 30, o antigo jornalista e radialista Emílio Aragonez é o convidado da sessão “ A minha vida dá um livro”.