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O novo impulso dos bombeiros de Gonçalo

Responsáveis chamaram a atenção para a necessidade de mais obras semelhantes em Vila Franca das Naves e Famalicão

Felicidade e orgulho marcaram sábado a cerimónia de inauguração do novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Gonçalo, no concelho da Guarda. O edifício, situado junto ao campo de futebol local, coloca um ponto final nas reivindicações de uma década e vai substituir as decrépitas instalações da corporação, que funcionou desde sempre num imóvel alugado. O momento constituiu um dos pontos altos da história dos voluntários gonçalenses, que celebraram 24 anos de existência, e ficou ainda marcado pelo regresso simbólico das divisas e “crachat” de José Vinhas, primeiro comandante da corporação.

Orçadas em 570 mil euros, dos quais cerca de 60 mil foram comparticipados pela Associação Humanitária local, as novas instalações ocupam uma área com 150 metros quadrados que acolhe um parque de viaturas, vários gabinetes, uma sala polivalente, camaratas e um refeitório. «Agora, a corporação já tem um quartel condigno, porque o anterior só o era no nome», disse Fernando Andrade, presidente da Federação Distrital dos Bombeiros da Guarda numa sessão onde a perseverança e o empenho de Joaquim Marujo, presidente dos voluntários, foram repetidas vezes elogiadas. Na mensagem enviada, o Presidente da República, Jorge Sampaio, enalteceu-lhe o «filantropismo», enquanto Maria do Carmo Borges constatou que a «esperança nunca morre» e que os esforços da população, direcção e bombeiros de Gonçalo foram «finalmente recompensados». Elogios à parte, Fernando Andrade recordou que são precisas mais obras destas no distrito, nomeadamente em Vila Franca das Naves, mas também trabalhos «de vulto» noutros quartéis. «O apoio do Governo a essas associações que não têm os meios necessários é importante», sublinhou.

Um pedido ouvido pelo general Paiva Monteiro, presidente do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), que não entregou a viatura de desencarceramento esperada pelos gonçalenses mas trouxe um subsídio de 15 mil euros para ajudar os voluntários a equipar o novo quartel. Quanto ao resto, o responsável revelou que o SNBPC já começou a pagar os subsídios de reparação de viaturas, num montante global de sete milhões de euros, em dívida às corporações do país desde o ano 2000. Em curso até 2006 estão também auditorias aos corpos de bombeiros para apurar as necessidades de cada associação humanitária e atribuir os respectivos meios. «Há que racionalizar a utilização dos dinheiros públicos», justificou Paiva Monteiro, anunciando ainda ter já recebido os estudos prévios para o projecto do futuro quartel dos bombeiros de Vila Franca das Naves. Uma deixa aproveitada pela presidente da Câmara da Guarda para lembrar o presidente do SNBPC e o representante do Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações (GEPI), do Ministério da Administração Interna, de que «é preciso começar a tratar» dos bombeiros de Famalicão, cujas instalações também não são nada famosas. Actualmente a funcionar numa garagem, a única secção dos voluntários de Gonçalo, situada no Parque Natural da Serra da Estrela, ameaça fechar a porta se não lhe forem proporcionadas instalações «condignas», disse a “O Interior” António Fontes, presidente da direcção.

Luis Martins

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