Está para breve a abertura de duas unidades de cuidados continuados para doentes mentais em Pinhel e Almeida, revelou o diretor do programa nacional para a saúde mental.
Álvaro de Carvalho foi ouvido na passada quarta-feira na Comissão Parlamentar de Saúde, na Assembleia da República, onde anunciou que o projeto de cuidados continuados para estes doentes arranca em junho. Contudo, o especialista criticou a opção escolhida pelo Governo de construir unidades em vez apostar nas equipas comunitárias. «Grande parte da atividade deveria ser apoiada por equipas comunitárias, que são menos onerosas e mais eficazes. Terá havido a opção política de construir unidades em sítios periféricos, o que obviamente discuto e não subscrevo», declarou o responsável. No final da audição, Álvaro de Carvalho especificou aos jornalistas que «as primeiras experiências de cuidados continuados vão arrancar no âmbito das misericórdias com duzentas e tal camas». No entanto, as camas só são necessárias para casos mais complicados, explicou, considerando que «o cerne da questão deveria ser a reabilitação por equipas de cuidados comunitários». Na sua opinião, «Portugal tem a atração de financiar em função das camas, mas convém que a reabilitação seja feita o mais possível com as pessoas integradas no seu meio e isso não é feito com camas».
