Brito Rocha, presidente da mesa da Assembleia Geral do Sporting Clube da Covilhã (SCC), renunciou terça-feira ao mandato por causa do contrato de concessão do silo do clube serrano à ParqC, empresa que explora o silo do Pelourinho e 174 lugares à superfície no centro da cidade.
Na Assembleia Geral de terça-feira à noite, para a qual estava marcada a eleição de uma comissão de gestão e fiscalização até ao aparecimento de listas candidata aos novos corpos sociais do clube, a actual direcção, presidida por João Petrucci, apresentou um requerimento para continuar à frente do clube até 30 de Junho deste ano. Depois de ter visto rejeitada a proposta da comissão de gestão e de ter aceite o requerimento da actual direcção, Brito Rocha renunciou ao cargo, desligando-se assim das decisões do clube serrano. «Manter-me-ei como sócio do clube e disponível para ajudar em tudo o que for possível», refere a “O Interior” o dirigente demissionário, deixando bem claro que não quer o nome «associado àquele acordo», justifica. Isto porque considera que o contrato assinado entre a direcção do clube, após a aprovação dos sócios na assembleia de 5 de Março, e a empresa ParqC é «prejudicial ao SCC e à vida comercial e social do centro da Covilhã», explica, tendo em conta que os cerca de dois milhões de euros que o clube recebeu da empresa «não chegaram para pagar metade das dívidas».
Para Brito Rocha, a contratualização da concessão daquele espaço a 25 dias de terminar o mandato da actual direcção é uma «enormidade». «Sempre entendi que deveria ser a nova direcção a formular novos contratos e não a que estava a sair», argumenta, assegurando que apenas marcou a assembleia de 5 de Março passado, pois Petrucci tinha garantido a continuação do cargo de presidente do Sporting da Covilhã. Situação que não veio a acontecer na última semana, com o prazo de entrega de listas a ficar deserto por falta de elementos para os corpos sociais. Recorde-se que a concessão do silo do Sporting à ParqC foi entendida pela direcção do Sporting como a solução para as dificuldades financeiras do clube, agravadas com as quebras de receitas do silo-auto após a abertura do novo parque de estacionamento no centro da cidade. Um prejuízo que rondará os dez mil euros com os gastos da manutenção, o pagamento de seis funcionários, bilhetes e despesas correntes como a água, luz e o telefone. O contrato foi celebrado para um prazo de cinco anos, depois de ter sido inicialmente acordado para um tempo de exploração de 15 anos, e obteve muitas críticas, não só de Brito Rocha, como também da população e do vereador socialista na Câmara da Covilhã, preocupado, de resto, com o monopólio do estacionamento daquela empresa no centro da cidade.
Liliana Correia