A Câmara da Guarda está em «equilíbrio financeiro» no primeiro trimestre deste ano, anunciou Álvaro Amaro na última sessão do executivo, realizada excecionalmente na passada quarta-feira. Nesta reunião as contas de 2014 foram aprovadas por maioria, com a abstenção dos dois eleitos do PS.
A prestação das contas do ano passado foi o assunto central desta sessão, que também ficou marcada pelo anúncio de José Igreja da suspensão do mandato pelo período de um ano (ver texto ao lado). De resto, nesta “despedida” o socialista deu finalmente a conhecer as conclusões da análise à auditoria externa das finanças da Câmara. Antes disso, o executivo ficou a saber os indicadores de 2014, que se saldou com um resultado líquido positivo de mais de 5,1 milhões de euros. Neste exercício registou-se uma redução de cerca de 9,5 milhões de euros da dívida global da autarquia, que era de cerca de 42,3 milhões de euros no final de dezembro de 2014. Também a dívida de curto prazo – a fornecedores – baixou cerca de 4,1 milhões de euros e a de médio e longo prazo com empréstimos bancários pouco mais de 3,4 milhões. Já os custos operacionais, relativos ao funcionamento do município, diminuíram 1,5 milhões de euros.
Aos jornalistas, Álvaro Amaro destacou igualmente o aumento das taxas de execução da despesa (78,7 por cento) e da receita (76,5), bem como o facto da despesa total do município ter sido «coberta em 88 por cento» com as receitas. «O passivo baixou de 4 por cento para 0,6, enquanto a autonomia financeira foi superior a 52 por cento, sendo a primeira vez nos últimos anos que este indicador está acima dos 50 por cento», acrescentou o autarca. No ano transato o ativo líquido ultrapassou os 197,5 milhões de euros, menos 6 milhões relativamente a 2013, mas os fundos próprios registaram «um aumento significativo» para mais de 102 milhões de euros. Quanto ao passivo fechou o ano em 95,4 milhões de euros, verificando-se uma diminuição de quase 11,7 milhões comparativamente a 2013.
«Estes indicadores são demonstrativos do esforço que fizemos ao longo do ano em termos de contenção, de gestão mais rigorosa e com um orçamento tão real quanto possível [cerca de 37 milhões de euros]», afirmou Álvaro Amaro, para quem estes resultados também foram possíveis graças à «compreensão» dos credores e aos acordos de pagamento conseguidos com perdão de juros. «Adotámos uma política rigorosa, com prazos para diminuição da despesa, aumento da receita e o cumprimento pontual das obrigações assumidas, o que nos permitiu reduzir significativamente os prazos médios de pagamento e adequar racionalmente a capacidade do município à assunção de novas despesas», acrescentou o presidente do município. Álvaro Amaro reiterou que esta política é para continuar: «Acredito que é possível melhorar ainda mais estes indicadores, vamos ver qual será o comportamento dos fundos comunitários, que são um importante instrumento de financiamento», afirmou, sublinhando que o objetivo da Câmara da Guarda é «evitar as derrapagens financeiras». Anteontem, a conta de gerência de 2014 foi aprovada por maioria na Assembleia Municipal.
Luis Martins