A requalificação da Rua do Comércio já não vai avançar este ano. Um erro no preço-base do concurso público obrigou a Câmara da Guarda a anular o procedimento esta semana.
No final da reunião do executivo da passada segunda-feira, Álvaro Amaro adiantou que o município chegou a manifestar a intenção de adjudicação da empreitada ao concorrente que apresentou a proposta mais baixa, mas, «após um alerta do projetista», os serviços detetaram que «o preço a concurso podia suscitar gerar embaraços durante a obra». Assim, optou-se por revogar decisão e anular concurso. O presidente revelou que tinham concorrido oito empresas, das quais apenas duas apresentaram propostas. «Mas uma, da Guarda, concorreu com um preço superior em 150 mil euros ao valor base do concurso. A outra, de fora, apresentou menos 17 mil euros e ganhou», disse o autarca, que quer aproveitar esta oportunidade para reformular o projeto inicial «para o encaminhar para os financiamentos do Portugal 2020».
O presidente declarou ainda que espera iniciar a obra em janeiro de 2016 e evitar os períodos de maior atividade comercial como o Natal e o Verão. O projeto de requalificação da Rua do Comércio, da autoria do arquiteto João Cláudio Madalena, foi apresentado no início de fevereiro. Com um custo estimado em cerca de 160 mil euros, a intervenção proposta ia no sentido de reforçar a vertente pedonal da rua que liga à Praça Velha, balizando o corredor destinado aos carros. Para tal, propunha-se a introdução de floreiras, bancos, papeleiras ou mupis e uma chapa metálica com iluminação “led” no chão para reforçar essa “fronteira”. O objetivo era dar «algum dinamismo» à via numa solução que já tem em conta a possibilidade dos carros voltarem a circular entre a 31 de Janeiro e a Rua do Comércio, com passagem pela Praça Velha ou pela Rua Augusto Gil. Mas esse será um assunto a decidir após a conclusão dos trabalhos.
Na sessão de Câmara de segunda-feira, o executivo aprovou, por maioria, a alteração do valor a pagar pela vigilância do Parque TIR da Plataforma Logística da Guarda, que passou de 62.400 euros mais IVA para 69.500 euros mais IVA. Trata-se de um ajuste direto.
Passos Coelho inaugura FIT
Álvaro Amaro anunciou ainda que a segunda edição da Feira Ibérica de Turismo (FIT), a realizar de 30 de abril a 3 de maio, no Parque Urbano do Rio Diz, vai contar com a participação de mais de uma centena de expositores. O certame será inaugurado pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ao final da tarde de quinta-feira.
O presidente da Câmara da Guarda adiantou aos jornalistas que há expositores «de norte a sul do país, da Madeira, e cerca de duas dezenas de entidades espanholas». O evento, que ocupará uma área coberta com cerca de 7 mil metros quadrados, vai acolher regiões de Turismo, agências de viagens, hotéis, unidades termais, associações de municípios, autarquias, reservas naturais, comissões vitivinícolas, empresas ligadas ao desporto de aventura, gastronomia e artesanato. «A FIT já é um evento marcante para a economia regional e nacional, encontrando-se numa fasquia mais elevada. É um caso invulgar de sucesso e que nos responsabiliza muito para a terceira edição», afirmou o autarca no final reunião. Segundo o município, com esta feira pretende-se «promover a troca de experiências entre portugueses e espanhóis, abrindo as portas a novos mercados, bem como a produtos turísticos diferenciadores, e ainda dar a conhecer o património natural e histórico e a gastronomia, atraindo turistas, visitantes e também investidores que possam fixar-se» na região.
Organizada pela Câmara, a FIT resulta de um investimento de 220 mil euros, «sem IVA», sendo esperadas receitas da ordem dos 50 mil euros e financiamento comunitário para o restante. Em termos de animação, o programa contempla concertos, sessões de “show cooking”, atividades desportivas, workshops e caminhadas, entre outras propostas. A feira funcionará de quinta-feira a domingo, entre as 12 horas e meia-noite, sendo que o bilhete diário custa 1,5 euros e o geral (quatro dias), 4 euros. Os ingressos podem ser adquiridos no posto de turismo e na Câmara.
Luis Martins