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Resultado aceitável

Mileu-Guarda venceu na Mêda, onde a repartição de pontos talvez fosse mais justa

Tudo indicava que o desafio entre Sporting da Mêda e Mileu-Guarda fosse equilibrado, embora o factor casa desse alguma vantagem aos medenses. O equilíbrio foi, por isso, a nota dominante, apesar da equipa da cidade mais alta ter saído vitoriosa do embate.

Os locais entraram melhor na partida, com um meio-campo bastante pressionante e a frente de ataque entregue a Paulo João, bem municiado por Rogério e Nuno Carvalho. Esta estratégia durou cerca de 20 minutos, o suficiente para os locais terem aberto o activo. Paulo João entrou isolado na área, mas acabou por se atrapalhar com a bola e, em último recurso, pontapeou o esférico para a frente, o suficiente para solicitar a corrida de Rogério que só teve mesmo que encostar o pé para facturar. A partir daqui, a equipa da casa recuou ligeiramente, deixando o Mileu tomar conta do meio-terreno e passar a ser uma equipa mais perigosa. Na sequência deste domínio, Roberto repôs a igualdade aos 26’, na cobrança de uma falta à entrada da área. Feito o empate, pensou-se que os locais voltariam a pegar no jogo, mas tal não aconteceu, muito por culpa também da deficiente ligação entre os sectores. O meio-campo continuou a não funcionar e Paulo João esteve demasiado só na frente. Já o Mileu estava cada vez mais coeso e com uma perfeita ligação entre todos os sectores, para além de um grande espírito de entreajuda. Uma estratégia que deu frutos aos 37’, quando os guardenses chegaram à vantagem. De novo na cobrança de uma falta à entrada da área, Barata rematou, com o esférico a sair para o lado direito, onde Mário Lage encheu o pé fazendo a bola bater caprichosamente na parte interior do vértice superior esquerdo da baliza e ainda a ser projectada para o poste contrário, mas a acabar no fundo da baliza.

A perder por 2-1 ao intervalo, o técnico João Borrego fez entrar Kiko para o lugar de Artur Jorge, uma alteração que trouxe outra vivacidade à asa esquerda do ataque anfitrião. Contudo, continuou a faltar objectividade na zona de remate. Aliás, os locais entraram mais pressionantes como lhes competia, mas o Mileu passou a defender em bloco, não dando veleidades ao ataque medense. Sensivelmente a meio da segunda parte, o Mileu começou a sacudir a pressão e acabou o jogo com duas boas oportunidades. Primeiro, por Pirri, em posição frontal, a rematar para as pernas de Paulo Jesus e, depois, por Roberto, na cobrança de uma falta, que enviou a bola ao poste. Quanto ao trio de arbitragem, Carlos Pedro e José Quelhas realizaram um excelente trabalho. Menos bem esteve Andrew Teixeira, protagonista de uma situação que ditou a expulsão do banco de João Borrego e do delegado, José Manuel Ambrósio. Tudo começou sensivelmente a meio da primeira parte quando o auxiliar assinalou fora-de-jogo a Paulo João, que recebeu a bola de um defesa do Mileu. Os medenses protestaram de imediato, mas as reacções culminaram com aquelas duas expulsões.

António Fonseca, “Jogo Limpo”, Rádio F

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