Mau demais. Sporting do Sabugal e Desportivo de Celorico da Beira realizaram uma partida de muito fraco nível no último domingo, onde o nulo final acaba por castigar a inoperância atacante das duas equipas, que já não têm muito mais a ganhar no que resta do Distrital da Guarda. Ainda assim esteve melhor a formação forasteira, separada por 22 pontos de diferença do adversário da última jornada que pareceu ter acusado a mudança de treinador. Durante a semana, Asdrúbal Gomes deu lugar a Daniel Vinhas. O técnico decidiu deixar o Sabugal por iniciativa própria após tomar conhecimento de que não era o técnico desejado para a próxima época, em virtude da direcção do clube querer apostar num plantel constituído na sua grande maioria por atletas oriundos do concelho.
O jogo foi pautado por muito equilíbrio a meio-campo, com um ligeiro ascendente da turma celoricense que desperdiçou as melhores ocasiões de golo, enquanto que a maior parte dos jogadores do Sabugal esteve em tarde claramente desinspirada. Foi preciso esperar 18 minutos para a bola rondar uma das balizas, mas Telmo, quando seguia isolado, permitiu o corte de um defensor contrário, com Batista, no seguimento do lance, a rematar para defesa segura de Paulo. Aos 27’ foi a vez de Cascavel surgir desmarcado do lado esquerdo, mas demorou muito para rematar e, quando sentiu o contacto de Filipe, atirou-se para o chão, uma atitude que lhe valeu o cartão amarelo. Perante a apatia da equipa da casa, o Celorico criou outra boa situação aos 41’. Miguel tirou um adversário da frente para rematar ao lado do poste esquerdo da baliza de Tiago. O intervalo chegou com os espectadores a desejarem uma segunda metade melhor.
Quatro minutos após o reatamento, o Celorico desperdiçou uma óptima oportunidade para inaugurar o marcador. Depois de um lançamento longo para as costas da defesa sabugalense, Rui Ribeiro surgiu isolado perante Tiago, mas, depois de ultrapassar o guardião, atirou às malhas laterais quando já dispunha de pouco ângulo para rematar. Aos 50’, Manata entrou para o lugar de Batista e cinco minutos depois, o possante avançado da equipa da casa obrigou Paulo a boa defesa, na sequência de um livre directo. À passagem da hora de jogo, Ricardito teve uma boa incursão pelo flanco direito, cruzou para Telmo que, na passada, não conseguiu rematar. O Sabugal parecia reagir, mas foi sol de pouca dura. O jogo entrou conheceu nova fase muito má. O Celorico voltou a estar perto do golo aos 87’, só que o recém-entrado Dany, completamente isolado, atirou ao poste esquerdo perante a saída do guardião Tiago, que, aos 92’, respondeu com uma excelente defesa a um cabeceamento de Miguel.
No final do encontro, Daniel Vinhas reconheceu que a equipa esteve diferente para pior: «O Sabugal não mostrou aquilo que já jogou neste campeonato, enquanto o Celorico fez um excelente jogo, defendendo e atacando bem», disse, reconhecendo que a saída de Asdrúbal poderá ter «afectado psicologicamente» os jogadores. Quanto a José Arrifano, confessou que o ponto conquistado soube «a pouco, porque a haver um vencedor seria o Celorico, que teve o domínio do jogo e as grandes oportunidades de golo», sublinhou.
Ricardo Cordeiro
