Apregoam a sete ventos a importância da valorização da família como célula básica da nossa estrutura social e quadro de referência fundamental para assegurar a renovação da sociedade. Não vislumbro o caráter global e integrado das diversas políticas setoriais com incidência familiar, incluindo apoios à natalidade. Mais, este governo PSD/CDS tem colocado particularmente a família na linha da retaguarda das políticas de solidariedade social, assim demonstram os vários problemas sociais graves – pobreza, abandono e insucesso escolar, envelhecimento demográfico e isolamento dos idosos –, que só serão combatidos eficazmente com políticas públicas que valorizem o papel da família na estrutura da sociedade portuguesa.
Apregoam a família enquanto unidade central de apoio aos idosos e pessoas com deficiência mas cortam nas prestações sociais. Não podem escamotear que o desemprego sem proteção social afeta cada vez mais casais e com filhos, estes têm maiores dificuldades na salvaguarda da dignidade necessária e imprescindível na sua existência quotidiana.
Revolta-me que incidam a relação entre a família e as instituições educativas, fomentando a sua participação na vida das escolas mas a educação cada vez mais é onerada diretamente pelas famílias, mais uma vez as famílias de menor rendimento e com maior número de filhos têm dificuldades em conseguir que os seus filhos prossigam os estudos, principalmente no ensino superior.
Há municípios que promovem a criação de gabinete de apoio às famílias, sejam em risco de Pobreza, ou outra situação, o Governo fomenta as parcerias com as com instituições de solidariedade social, mas esquecem-se de defender esteios fundamentais de equidade no acesso a prestações sociais dignas, mais ainda quando milhares de trabalhadores sempre descontaram para a Segurança Social. Há a gravidade de muitas empresas deverem milhares e milhares de euros à Segurança Social, que são as contribuições dos salários dos trabalhadores.
É preocupante que haja imensas comissões e gabinetes mas a pobreza e exclusão social aumentam. Haja mudança nas políticas sociais, necessárias à coesão social da família.
Por: Honorato Robalo
* Dirigente da Direção da Organização Regional da Guarda do PCP