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A romanização da bacia do Côa em livro

Manuel Sabino Perestrelo estudou e inventariou os vestígios da presença romana em Pinhel, Guarda, Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Trancoso e Mêda

Os sítios arqueológicos romanos e pré-romanos conhecidos na região do Médio Côa estão inventariados no livro “A Romanização na Bacia do Rio Côa”, da autoria de Manuel Sabino Perestrelo. A obra, que resulta da tese de mestrado do arqueólogo e colaborador de “O Interior”, será apresentada terça-feira no auditório da biblioteca municipal de Pinhel por Jorge de Alarcão, professor catedrático, especialista da época romana e ex-director do Instituto de Arqueologia da Universidade de Coimbra, e Fernando Maia Pinto, director do Parque Arqueológico do Vale do Côa, entidade que editou o livro.

Sabino Perestrelo procurou, sob a orientação de Jorge de Alarcão, enquadrar os vestígios da presença romana no território do Médio Côa, definido pela totalidade do concelho de Pinhel e por porções dos municípios vizinhos da Guarda, Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Trancoso e Mêda. “A Romanização na Bacia do Rio Côa” apresenta assim um inventário de sítios que será certamente útil para a implementação de projectos locais de valorização patrimonial e a criação de um turismo de qualidade. Do estudo destacam-se, pela sua importância e notoriedade regional, as ruínas romanas da Póvoa do Mileu, actualmente em escavação. Trata-se de uma investigação que poderá trazer novas informações sobre a preferência dos romanos por determinadas zonas da Beira Interior. Realce também para uma das mais antigas inscrições latinas descobertas no actual território português. Consagrado ao imperador Octávio César Augusto em 23 ou 21 A.C., o achado situa-se na pequena aldeia de Argomil, na zona Sul do concelho de Pinhel.

Os vestígios da única cidade romana identificada no território do Médio Côa – a cidade dos Aravos – e a forma como se estruturava o povoamento no território desta civitas são outro grande capítulo do livro, graças aos abundantes testemunhos epigráficos sobre a sua existência, nomeadamente as ruínas das termas e do templo, reveladas mais recentemente. Outra civitas analisada no livro é a cidade dos Cobelcos, descoberta em 1998, perto de Almofala, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, e cujo centro pode ser visto na chamada “Torre de Almofala”. “A Romanização na Bacia do Rio Côa” deixa ainda em aberto a hipótese de terem existido outros núcleos urbanos centrais no território em análise, nomeadamente naquela que é identificada como uma villa romana: as ruínas da Póvoa do Mileu. Já nas Freixedas (Prados), Coriscada (Gravato ou Quinta do Campo), Cidadelhe e Santa Eufémia, entre outros, foram descobertos alguns núcleos urbanos secundários.

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