Depois de mais de uma semana e meia de teatro universitário, a recta final da oitava edição do Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior é marcada pela dança contemporânea e pela música de João Bucho. O evento termina sábado, Dia Mundial do Teatro.
Assim, esta noite é a vez da bailarina e coreógrafa Filipa Francisco subir ao palco do Teatro Cine da Covilhã com um espectáculo de dança contemporânea que será apresentado pela primeira vez em Portugal. Trata-se de uma performance desenvolvida a partir da leitura de listas escritas entre Agosto e Dezembro de 2003 em Nova Iorque e em Lisboa, Vila Velha de Ródão e na Covilhã entre Janeiro e Março últimos. Amanhã à tarde, a bailarina vai ainda orientar um “workshop” cujo resultado final será depois apresentado no exterior do Teatro Cine antes da actuação dos GRETUA – Grupo Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro com “Quinze Minutos de Glória”, do dramaturgo Jaime Rocha, galardoado em 1998 pela Associação Portuguesa de Escritores com a peça de teatro “O Terceiro Andar”, escrita em 1988 na sequência deste texto. Um alquimista, uma serva, um assistente, três vendedores e três clientes, uma criatura masculina, um ex-padre e um director de programas de televisão desfilam pelo palco num quotidiano absurdo em busca de poder, felicidade, fama e consumo através de assassinatos, punições ou desejos utópicos. Original pelo recurso à mordacidade e ao humor negro, não faltam neste texto referências à Europa, aos regimes políticos e à fragilidade da fama televisiva.
Mas é a última noite do ciclo que promete marcar a diferença nesta edição do festival. É que, pela primeira vez na sua história, o júri e o público irão atribuir ao melhor grupo de teatro universitário participante – com a excepção do grupo da casa – um prémio de 500 euros e 250 euros, respectivamente, e uma escultura do artista covilhanense Moreira Neves. A iniciativa, inédita em ciclos deste género em Portugal, há muito que foi adoptada no MITEU – Mostra Internacional de Teatro de Ourense, onde o TeatrUBI costuma ser uma presença constante, como forma de introduzir uma maior qualidade nas representações. A companhia profissional espanhola “Ábrego Teatro” encerra os 15 dias do ciclo com “La Ultima Vez”, de Áureo Gómez, depois da leitura da Mensagem Oficial do Dia Mundial do Teatro. O concerto de encerramento do festival será no bar da Associação Académica da UBI por João Bucho, jovem músico de Portalegre.
