A Praça Velha e as ruas do Comércio e Direita, na Guarda, vão sofrer finalmente uma reabilitação urbana de fundo. Tudo indica que as obras possam começar em Junho, o que vai obrigar as Festas da Cidade – se realizarem – a encontrarem outro cenário. O concurso público para a intervenção foi recentemente publicado, devendo as propostas ser entregues até 4 de Maio. O preço base da empreitada é de 1,1 milhão de euros para um prazo de execução de 180 dias a partir da decisão da consignação. O director executivo do PolisGuarda, António Saraiva, acredita que os prazos vão ser cumpridos, pois «é uma exigência».
A intervenção naquele espaço histórico, com a consequente reformulação de pavimentos e infraestruturas, engloba, nomeadamente, demolições, movimentos de terra, pavimentos em lajetas de granito e outras remodelações. O projecto, como já tinha sido noticiado por “O Interior”, é da autoria do arquitecto Camilo Cortesão e vai consagrar o fim do estacionamento na Praça Luís de Camões, o reordenamento da circulação automóvel e a relocalização da estátua de D. Sancho I, propondo ainda soluções urbanísticas e de iluminação para aquele espaço abrangido pela intervenção Polis. A nova Praça Velha vai exigir grandes alterações, especialmente, nas mentalidades dos proprietários dos imóveis, automobilistas e cidadãos em geral. Tudo indica que neste espaço nobre vão deixar de reinar os carros, para coroar o principal monumento que é sem dúvida a Sé. Porém, para evitar que esta requalificação seja alvo de mais contestações, foram tomadas todas as precauções para que as soluções encontradas tenham em conta a história e solenidade do cenário. Assim sendo, deixa de fazer sentido a actual localização da estátua de D. Sancho I, implantada desde 1953 naquele local. O novo destino do fundador da cidade estará reservado para junto da fachada Sul da catedral, no enfiamento da Rua da Torre, para que a Sé continue em pano de fundo. Uma mudança que será fundamental para se ter o efeito de perspectiva da praça e libertar os ângulos de visão sobre o monumento nacional e verdadeiro “ex-libris” da Guarda. O projecto prevê ainda o nivelamento da rua e a instalação de mobiliário urbano sofisticado e atraente. Quanto à Rua Francisco dos Passos, ou rua Direita, também deverá ser brevemente uma via só para peões.