Está a nascer na Covilhã uma “onda de solidariedade” para com o antigo primeiro-ministro, José Sócrates. O movimento foi despoletado por José António Pinho, que quer levar muitos covilhanenses a Évora no próximo dia 25 para manifestarem o seu apoio e «provar que José Sócrates não está sozinho».
Ainda não existe para já uma lista de inscritos, mas, segundo o promotor da iniciativa, cerca de 300 pessoas mostraram interesse em participar, embora admita que «é um número que pode diminuir, até porque só poderá ir quem pagar a viagem no ato de inscrição». José António Pinho refere que «vivemos numa democracia medrosa e as pessoas passam por muitas dificuldades», pelo que o dinheiro pode ser um impeditivo para muitos cidadãos anónimos participarem nesta ação, sublinha. A deslocação a Évora terá um custo de 12 euros por pessoa e não haverá um limite de inscrições, «levamos os autocarros que forem necessários», garante o antigo presidente da Federação Portuguesa de Esqui.
O organizador desta “onda de solidariedade” garante que se trata de «uma causa cívica sem cores partidárias», aberta a todos. Isto porque acredita que «os covilhanenses estão agradecidos por tudo o que José Sócrates fez pela região e pela nossa cidade», considerando que o antigo primeiro-ministro é «um preso político». José António Pinho diz mesmo que a sua prisão preventiva é uma «decisão política». Se a iniciativa se concretizar, a comitiva de apoio a Sócrates tenciona sair bem cedo da Covilhã para almoçar «num piquenique» em Évora. «É uma forma de toda a se gente juntar, mesmo os que vão em carros particulares ou de outros pontos do país», refere o promotor, segundo o qual pelas 15 horas está prevista a ida ao estabelecimento prisional de Évora. «Ali, de uma forma ordeira e respeitando as leis da Constituição Portuguesa, entoaremos o hino da cidade “Covilhã cidade neve” e ergueremos as bandeiras de Portugal e da Covilhã».
O apoiante e amigo de José Sócrates adiantou ainda a O INTERIOR que vai solicitar autorização às entidades competentes para «duas ou três pessoas» poderem visitar o antigo primeiro-ministro. «Pretendemos entregar um cravo vermelho e um pergaminho com o nome de todas as pessoas que ali se deslocaram para o apoiar», revela José António Pinho. A iniciativa começou por ser divulgada através de um vídeo na rede social Facebook e já teve mais de três mil visualizações. José António Pinho explica que a ideia surgiu a partir do momento em que manifestou vontade de ir a Évora visitar o seu amigo Sócrates e perguntou quem se queria juntar. Aí percebeu que «um carro de cinco lugares não chegava, tem muita gente com ele», sublinha. José Sócrates está detido preventivamente desde 20 de novembro e indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção.
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