P – Qual é a ambição da Câmara para a próxima Feira das Tradições?
R – É o grande evento anual da região. A Feira das Tradições tem uma história de 20 anos, dos quais fui diretor nos últimos 12. A Feira das Tradições recebe cerca de 30 a 35 mil pessoas nesse fim de semana e atrai muitos dos nossos amigos espanhóis, mas também cria algo que é fundamental para nós, uma dinâmica para a cidade muito importante. Conseguimos que os pinhelenses encham as suas casas com os seus amigos que querem vir e lhes pedem para vir. Conseguimos também trazer conterrâneos que não vinham a Pinhel há mais de 15 anos, mas que agora veem por causa da feira.
Conseguimos que paralelamente ao certame decorram atividades como encontros de ex-alunos, ou outro tipo de confraternizações, ou seja, existe algo que dá esta dinâmica à Feira das Tradições. Este ano vou dar uma prenda à feira. A iniciativa é feita nas instalações da ex-Rohde, mas dois dos três pavilhões estão ocupados com fábricas – e bem porque é essa a nossa prioridade – pelo que temos que adaptar o espaço para a Feira das Tradições. O certame vai manter a dignidade e a dinâmica que tinha e, se calhar, vai-nos motivar muito mais e gerar mais preocupação de que as coisas corram bem com o novo formato que lhe vamos dar. Vamos criar alguma expetativa à volta disso, para que as pessoas também me digam se está melhor ou pior. Este ano, a feira vai ser realizada numas instalações provisórias dentro da ex-Rohde e a prenda que vou dar no dia da abertura será a apresentação pública do projeto em 3D daquilo que será o futuro pavilhão da Feira das Tradições. Será localizado dentro da cidade, na zona industrial, e terá todas as características para acolher o evento no futuro sem termos de alugar pavilhões, o que é um custo, quando podemos ter um local definitivo e depois receber outro tipo de investimentos, que não só a Feira das Tradições. Não será um pavilhão multiusos, já temos um e a Feira das Tradições não cabe lá pois necessita de cerca de sete mil metros de área coberta. Ainda não sei quanto é que o pavilhão irá custar porque o projeto ainda está a ser feito.
P – Não é ser muito ambicioso?
R – Não. Há dinheiros para isso no Portugal 20-20. Estamos a falar da dinamização de muitos dos nossos produtos, que nesta feira muito bem sabemos vender e portanto é a nossa mostra em Pinhel e a oportunidade que damos aos nossos produtores de divulgarem o que de melhor sabem fazer. É um grande investimento, mas vai valer a pena para Pinhel para o futuro. Temos que pensar no futuro da Feira das Tradições e não é possível a Câmara alugar todos os anos equipamento para a realizar. Temos que ter uma estrutura fixa para a albergar. Gastamos cerca de 200 mil euros só de aluguer de infraestruturas e se multiplicarmos esse valor por vários anos chegamos à conclusão que não será um investimento assim tão grande quanto isso porque vai ficar pago ao longo dos anos. Não podemos pensar que temos de diminuir os custos e depois não fazer nada para o conseguir.
P – Em relação à edição de 2015, essa adaptação do espaço pode ser um problema para aumentar a sua dimensão e dinâmica?
R – A Feira vai manter mais ou menos os mesmos stands, até porque não conseguimos aumentar. Tivemos que excluir cerca de 300 expositores todos os anos, pois não temos espaço para tanta gente. Poderá acontecer que expositores que costumam vir não venham este ano, mas também precisamos de lhe dar uma nova dinâmica para as pessoas não chegarem ali e verem todos os anos as mesmas coisas. Vai ser algo naturalmente polémico, mas há momentos em que temos de fazer o clique e agora é hora de o fazer. Fundamentalmente, vamos continuar a apostar naquilo que tem vindo a ser muito importante para Pinhel. Nas primeiras edições tínhamos dois ou três expositores da cidade e do concelho, atualmente mais de metade da feira é ocupada por expositores de Pinhel e da região. Hoje em dia vêm muito poucos de longe.
P- A aposta é então promover os produtos locais e conseguir que sejam dos mais vendidos?
R – Seguramente, mas há aqui uma sensibilidade que temos ainda que trabalhar muito em Pinhel. Temos 29 empresários na área de extração do granito, é um “cluster” muito importante do ponto de vista económico, mas é algo que também tem de ser trabalhado porque ainda existe alguma dificuldade em colocar quem transforma o granito na Feira das Tradições. O evento pode ser algo importante para os negócios e portanto também é um trabalho que temos de fazer em articulação com o Centro de Borba, que faz o apoio a quase todas as pedreiras do nosso concelho.
P- Qual é a data prevista para a Feira das Tradições?
R – A Feira realiza-se sempre no fim de semana de Carnaval e este ano será a 13, 14 e 15 de fevereiro.
P – Há alguma novidade que queira transmitir a possíveis interessados em expor?
R – Um dos “segredos” da Feira das Tradições é a nossa forma de divulgação do certame e temos conseguido chegar a determinados públicos. Este ano vamos fazer outra vez o mesmo, ou seja, a partir de janeiro vai-se notar a promoção e uma das ações será seguramente a televisão. Este ano teremos também um programa de televisão nesse fim de semana. Pelo menos, estamos a trabalhar para isso.