A Feira Transfronteiriça Eco-raia, promovida pela Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB) e pela Diputácion de Salamanca, vai passar a ser realizada sempre naquela cidade espanhola em vez de ir alternando com um concelho da Beira Interior Norte, como vinha sucedendo desde 2010.
O anúncio foi feito na semana passada na Guarda, durante a apresentação do evento, que vai decorrer este fim de semana em Salamanca, e justifica-se com a maior afluência de público registada nos certames ali realizados, em contraste com os que decorreram em Trancoso (2011) e Pinhel (2013). O presidente da AMCB explicou que o evento «passará sempre a realizar-se em Salamanca, para que tenhamos capacidade de mostrar e de vender», tendo revelado que as edições promovidas do lado português foram visitadas por três a quatro mil pessoas contra os «30 a 35 mil visitantes» que costumam afluir à de Salamanca. José Manuel Biscaia anunciou também que se está a estudar a possibilidade de criar uma «marca chapéu» para identificar todos os produtos desta região transfronteiriça, que «poderá vir a ser “Agro-raia”», indicando ainda que «mais tarde ou mais cedo» poderá ser criada uma «plataforma de distribuição».
O também autarca de Manteigas salienta que a Eco-raia é uma forma dos produtores divulgarem os seus produtos e realçou que a feira significa «somar vontades», até porque «os nossos territórios têm tudo em comum», sendo que a Beira Interior Norte e Salamanca «estreitaram laços há muitos anos» para «contrariar a tendência de desertificação». De resto, o presidente da AMCB indica que os produtores portugueses «já começam a ter a consciência de que Espanha pode ser uma porta de escoamento para os seus produtos». A Vª edição da Eco-raia vai realizar-se no recinto de feiras de Salamanca e reunirá cerca de 100 expositores de produtos agroalimentares das zonas raianas de Portugal e de Espanha, sendo aproximadamente 60 nacionais e os restantes espanhóis.
À semelhança das edições anteriores, serão comercializados vinhos, licores, azeites, mel, doçarias, pão, enchidos e frutos secos, entre outros produtos regionais. Por sua vez, o representante da Diputácion de Salamanca, José Prieto, adiantou que a organização está a «aumentar o nível da feira de uma forma muito importante» e que o certame tem possibilitado aos produtores «contactos com grandes consumidores, profissionais especializados, cadeias alimentares e restaurantes de cadeias hoteleiras». Ao longo dos dois dias do certame haverá animação e atividades lúdicas. A feira tem um orçamento de 140 mil euros, comparticipados em 75 por cento por fundos comunitários.
Ricardo Cordeiro