Há 54 alunos do 11º e 12º anos do curso de Ciências Sócio Económicas da Secundária da Sé, na Guarda, sem professor de Economia. A situação já motivou o envio de um abaixo-assinado subscrito pelos pais à Direção Regional de Educação do Centro (DREC), onde os subscritores manifestam a sua indignação pelo sucedido, tanto mais que se trata de uma disciplina específica do curso, «tendo os alunos do 11º ano exame nacional».
Esta tomada de posição parece ter surtido efeito, uma vez que, anteontem, os encarregados de educação foram informados pela direção da escola que a Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE) estaria disponível a desbloquear o regresso da professora que lecionou a disciplina no último ano letivo e que este ano foi colocada na Secundária Campos Melo, na Covilhã. Resta agora que a docente aceite esta possibilidade para as aulas de Economia serem retomadas na Sé, tanto mais que a direção da escola covilhanense estará também disposta «a prescindir da professora e contribuir para resolver o problema», referiu a O INTERIOR um dos encarregados de educação.
Na carta enviada na semana passada à DREC, a que O INTERIOR teve acesso, os pais pedem à Direção Regional que transfira para a Secundária da Sé a professora em causa. Os subscritores alegam que a sua transferência para a Guarda dará «continuidade ao excelente trabalho que tem desenvolvido» junto dos alunos, mas, em alternativa, sugerem a colocação de um docente «habilitado e vocacionado» para ministrar a disciplina em causa, «ficando, deste modo, assegurada, embora que de forma tardia», a lecionação de Economia. A missiva recorda que no dia 15 de outubro aquela disciplina começou a ser ministrada por uma professora, com habilitações próprias, mas que «demonstrou estar desconfortável com a situação» por sempre ter lecionado outras disciplinas a ciclos de ensino inferiores ao secundário.
A docente acabou por apresentar baixa médica «na terceira aula, por um período de 30 dias» e, segundo o documento enviado à DREC, existem «fortes indícios» de que a mesma se prolongará. Além da Direção Regional de Educação, o abaixo-assinado foi remetido ao Ministro da Educação, à Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE), ao Agrupamento de Escolas da Sé e à Câmara da Guarda. Na mesma escola há outro problema para resolver. No início do ano letivo não houve alunos suficientes – o mínimo exigido pela tutela era 20 alunos – para formar uma turma de inglês no 12º ano, situação que se alterou nas últimas semanas quando cerca de 23 jovens manifestaram interesse em frequentar aulas de inglês. A sua intenção foi comunicada à direção da escola, mas os estudantes continuam sem a disciplina apesar de haver docentes na Secundária da Sé para lecionar Inglês no 12º ano.
Luis Martins