Perfil:
– Mário Sucena
– Novo presidente da Associação de Voleibol da Guarda
– Profissão: Coordenador concelhio do Ensino Recorrente e Educação Extra-Escolar da Guarda
– Idade: 37 anos
– Currículo: Curso de árbitro estagiário, árbitro regional e nacional. Curso de treinador de voleibol. Presidente da Comissão de Arbitragem. Presidente do Conselho Fiscal da Associação Portuguesa de Árbitros de Voleibol.
– Hobbies: Desporto em geral, desportos motorizados de duas rodas em particular
P – Porque é que decidiu abraçar o desafio de “pegar” na Associação de Voleibol da Guarda?
R – Já estou ligado ao voleibol há muitos anos. Fui das poucas pessoas, no distrito da Guarda e na zona do Interior, que nunca larguei a modalidade. Continuo a ser árbitro nacional em exercício, só tive um interregno quando estive a tirar uma pós-graduação, mas de resto sou o único árbitro do Interior, de Norte a Sul do país que está em actividade. Fui federado 13 anos, já fui treinador de voleibol da equipa sénior feminina que me foi entregue na altura pelo professor Jorge Florêncio. Tenho o curso de árbitro estagiário, já treinei outras equipas, embora mais informalmente. Fui presidente da Comissão de Arbitragem da Associação de Voleibol da Guarda, por isso estou muito ligado ao voleibol há muitos anos a esta parte desde os juvenis quando iniciei a actividade. Até que este ano quando fui renovar a minha inscrição de árbitro na Federação, questionaram-me em que Associação é que eu me iria inscrever, uma vez que a da Guarda estava “moribunda” e para eles não estava a funcionar. A partir dessa solicitação que me fizeram na federação eu disse que a inscrever-me seria pela da Guarda e não por outra Associação qualquer, uma vez que eu sou daqui e portanto o que há a fazer é renovar a Associação de Voleibol da Guarda e pô-la a funcionar novamente. Daí eu estar com esta atitude e aceitar este desafio.
P – Mas tem consciência de que é uma instituição que nos últimos tempos caiu no esquecimento das pessoas?
R – Tenho. Infelizmente tenho consciência de que a Associação esteve praticamente parada durante três anos e por isso está inactiva o que leva a cair no esquecimento das pessoas.
P – É quase como começar da “estaca zero”?
R – Não é quase, é mesmo começar da “estaca zero”, em alguns casos até da estaca “menos um”.
P – Quais os projectos que tem para tentar revitalizar a instituição?
R – Numa primeira fase, os projectos são muito simples porque neste momento não temos condições para coisas muito complicadas. Então é começar a aproveitar a actividade de voleibol que há em termos de desporto escolar e em termos da actividade que é desenvolvida pelos professores de Educação Física nas escolas, nomeadamente, os grupos de giravolei que já existem em diversas escolas do distrito. Portanto, aproveitar essa actividade que está a ser desenvolvida e a partir daí tentar criar quadros competitivos a nível regional e fomentar também o interesse dos clubes para que criem equipas de voleibol. Aliás, a participação dos clubes na minha lista é muito grande e a intenção é mesmo essa, tentar responsabilizar os clubes e tentar incentivá-los a que criem equipas de voleibol, numa primeira fase, eventualmente, aproveitando os praticantes do desporto escolar, mas depois numa segunda voltar a ter quadros competitivos a nível de clubes.
P – Portanto, para já é utópico falar na criação de um campeonato distrital?
R – Para já, não é utópico, digamos assim. É antes uma coisa que poderá vir a ser realidade, mas a médio e não a curto prazo.
P – Falou no desporto escolar. Os jovens são a principal aposta?
R – Sim. Apesar de termos no âmbito da Associação de Voleibol da Guarda uma equipa sénior masculina, uma vez que cobre geograficamente a zona da Covilhã e esta cidade tem o Núcleo de Voleibol de Estudantes. Em termos seniores temos essa equipa a funcionar. Vamos continuar a apostar nela obviamente, até porque já garantiu a manutenção na A2 para a próxima época, mas em termos de estratégia é ir fundamentalmente às camadas mais jovens. O Sena Clube, de Seia, também tem uma equipa que está neste momento a disputar a IIIª Divisão, mas que está inscrita em Coimbra porque a Associação de Voleibol da Guarda não existia e por dificuldades logísticas obviamente que a inscrição foi feita em Coimbra. A partir da próxima época, irão entregar a Associação da Guarda e inscrever-se por cá.
P – Em sua opinião, porque é que o voleibol deixou de ser a modalidade com a projecção que tinha há uns anos atrás?
R – O voleibol teve um pico e uma altura em que realmente trouxe muitos eventos à Guarda e em que havia muitos praticantes. Foi uma fase conjuntural que desenvolveu esse tipo de actividades. Depois, eventualmente com a dita cuja crise e pela falta de apoios, por alguma dificuldade em termos humanos a nível da própria Associação de Voleibol decaiu bastante a actividade. Os clubes também não têm autonomia nem capacidade financeira para aguentar todas as equipas e viram-se para aquilo que é mais fácil que é o futebol e então o voleibol foi um pouco descurado nestes últimos anos por essa conjugação de factores.