Já tive oportunidade de focar por várias vezes a importância de se fazer uma aposta séria em medidas que promovam o nosso desenvolvimento regional. Não obstante as iniciativas de carácter local que, pontualmente, surgem em todos os municípios do distrito, a força que um projecto de âmbito alargado pode ter é por demais evidente.
Esta foi a ideia que veio a publico na semana passada sobre a candidatura de um projecto conjunto a uma iniciativa comunitária (INTERREG III) do Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional.
Importa contudo sublinhar que, para além de nove municípios do Distrito da Guarda também a Diputación de Salamanca é promotora deste projecto o que permitirá uma maior coesão transfronteiriça que, esperemos, promova o desenvolvimento de uma região ultraperiférica como é a zona Raiana.
Está prevista aposta na revitalização turística, ambiental e patrimonial. Tendo presente as boas acessibilidades e curta distância entre a Guarda e Salamanca, espera-se conseguir cativar este publico espanhol que até tem mais poder de compra do que nós.
No plano cultural, e apesar de já várias iniciativas se terem realizado visando o intercâmbio entre estas regiões, são sem duvida os centros históricos, de ambos os lados da fronteira, que muito poderão contribuir para a afirmação de cada município no que respeita a valores edificados.
Também o combate aos incêndios está previsto nesta candidatura conjunta onde certamente a unificação de meios humanos e materiais contribuirá para mitigar este flagelo.
Mais uma vez deixo nota à CCDR do centro. Desta vez alerto para que não se coloque à margem desta iniciativa, e contribua com o seu apoio, pressionando todas as frentes no sentido de valorizar esta candidatura por forma a que venha a ser aprovada.
Na esperança que venha a ser aprovada esta candidatura espero que os esforços de todos os municípios envolvidos, portugueses e espanhóis, se centre no trabalho que cada um deve desenvolver e não em disputas de verbas ou de lugares que de certeza não levarão à cooperação Transfronteiriça a que se estão a propor.
Por: João Nuno Pinto