Foram cinco, mas podiam ter sido mais ainda. O Souropires “despachou” o Sporting do Sabugal por cinco bolas a uma, um resultado que castiga em demasia os comandados de Asdrúbal Gomes pela boa réplica que ofereceram. No entanto, e por mais contraditório que pareça, a diferença no marcador podia ter sido ainda mais dilatada não fossem as flagrantes oportunidades desperdiçadas nos últimos minutos por parte dos donos da casa. O encontro ficou ainda marcado pelo “ultimato” de Carlos Janela, presidente do Sabugal, para que os seus jogadores não regressassem das cabinas para o segundo tempo em protesto contra a actuação do trio de arbitragem.
O Souropires não podia desejar um melhor começo de jogo, pois inaugurou o marcador logo no primeiro minuto, através de um pontapé de canto directo marcado por Tó Luís. Apesar deste golo sofrido “a frio”, o Sabugal reagiu bem e partiu para uma boa exibição no primeiro tempo, embora não tenham conseguido criar perigo para a baliza do Souropires. Aos 16’, Asdrúbal foi expulso do seu banco por ter protestado de uma forma menos “simpática” com o árbitro Tiago Cadete na sequência de uma jogada duvidosa na área do Souropires. Fica o benefício da dúvida para o árbitro, que ao mínimo protesto verbal dos atletas os foi “presenteando” com a cartolina amarela. Os protestos dos sabugalenses voltaram a fazer-se ouvir anda antes do final do primeiro tempo por uma alegada mão de um defensor da equipa da casa na área. Já na ida para os balneários, Carlos Janela exclamou alto e bom som para os seus jogadores não entrarem em campo na segunda parte, sob pena de «acabar com o futebol sénior» no Sabugal e de multar os atletas.
Mas depois de alguma expectativa, o Sabugal lá apareceu e até entrou melhor que o Souropires, apesar de ter ficado reduzido a 10 unidades, logo aos 47’, quando Batista viu o segundo amarelo por protestos. Não obstante esta contrariedade, a formação raiana reagiu bem e logrou igualar a partida aos 54’, num livre indirecto dentro da área cobrado da melhor forma por Tó Zé, após um ligeiro desvio de Nuno. Um lance com culpas para Melo, posicionado no lado da barreira quando deveria ter ido para o oposto onde a bola foi precisamente colocada. Insatisfeito com o desenrolar dos acontecimentos, Paulo Batista fez entrar Artur e Bessa para trazer maior acutilância ao seu ataque. Uma aposta que deu frutos aos 61’, quando Artur atirou para a baliza deserta depois de uma boa jogada de Bessa, derrubado dentro da área com o árbitro – bem – a deixar jogar. De novo na frente do marcador, o Souropires não parou de atacar e cinco minutos depois fez o 3-1. Na sequência de um rápido contra-ataque pelo lado direito, Paulo Alves cruzou para a área onde surgiu Artur a “pentear” o esférico para o segundo poste com Galhardo a não ter grandes dificuldades em marcar o terceiro.
A partir daqui, os homens do Sabugal passaram a “brincar” com a bola, desistindo de atacar e de lutar pelo resultado. Quem não entrou nesse “jogo” foi o Souropires, que aproveitou para marcar por duas vezes, aos 80’ e 90’, primeiro por Artur, que apenas teve que encostar o pé, e depois por David, após roubar a bola a Márito, que “brincou” em terrenos proibidos. Entretanto, Fernando Koffy, por duas vezes, e Paulo Alves falharam soberanas ocasiões para construir um resultado ainda mais desnivelado. O árbitro Tiago Cadete teve um trabalho bastante complicado, pecando em demasia no aspecto disciplinar, pois, para além dos inúmeros cartões mostrados, ficou-se pelo amarelo aos 80’ após uma agressão de Tó Luís a Telmo. Paulo Batista mostrou-se satisfeito com um triunfo que reconheceu ser «um bocado expressivo pelo que se passou dentro de campo», mas considerou que a vitória da sua equipa «não sofre contestação». Pela parte do Sabugal, não foi possível chegar à fala com nenhum responsável no final do encontro.
Ricardo Cordeiro