Sérgio Duarte e Jorge Libânio disputam no sábado a presidência da concelhia da Guarda do PSD, representando as duas sensibilidades patentes numa das maiores secções do distrito. O primeiro lidera a ala pró-Amaro, o segundo um grupo de militantes que não é afecto ao atual presidente da Câmara.
Jorge Libânio apresentou anteontem os seus argumentos, dizendo que a sua candidatura resulta do «incentivo de muitos militantes» que querem fazer com o PSD seja «o motor do desenvolvimento» da Guarda. O militante reconhece que a «histórica e retumbante» vitória obtida nas autárquicas na sede do concelho traz «responsabilidades acrescidas» aos sociais-democratas. Nesse sentido, o militante e deputado municipal pede ao Governo que considere «o país como um todo, praticando a coesão territorial de que tanto fala, mas que tão pouco pratica». E elenca algumas propostas que considera necessárias para que possam ser «esbatidas as assimetrias existentes», entre as quais a desconcentração de serviços públicos, medidas fiscais «adaptadas à nossa realidade geográfica» e a diminuição dos custos da energia para empresas e residentes.
Jorge Libânio, candidato derrotado em 2008 por João Prata, reclama ainda uma política de saúde que «sirva dignamente os habitantes do distrito da Guarda, concluindo a requalificação do Hospital Sousa Martins» e «o mais baixo custo possível» dos terrenos da PLIE, assim como a diminuição das vagas nas universidades do litoral para a fixação de estudantes no interior, entre outras propostas. Sob o lema “Somos Guarda”, o candidato realçou igualmente que conhece bem o PSD «e os militantes conhecem-me», recordando ser autarca desde 1997 na extinta Assembleia de Freguesia de S. Miguel da Guarda e na Assembleia Municipal. Foi ainda vice-presidente da Distrital da JSD e Conselheiro Nacional, mas também membro de várias comissões políticas de secção e vogal da atual Distrital. «Desde o 25 de abril que aderi à causa social-democrata», sublinhou. Jorge Libânio concorre com Júlio Santos e Irene Amado como vice-presidentes, enquanto João Bandurra e Jorge Freire candidatam-se à mesa do plenário. Já Ana Manso e Jorge Granja de Sousa encabeçam a lista de candidatos a delegados ao próximo congresso do PSD.
Sérgio Duarte foi o primeiro candidato conhecido. O diretor de campanha de Álvaro Amaro nas últimas autárquicas apresentou-se em meados de dezembro e propõe-se «reconstruir, de forma participada, sustentada, mas acima de tudo motivada, os órgãos constituintes» da secção guardense, que se demitiu em bloco em abril. «Vivemos um momento histórico, traduzido pela expressiva e pioneira vitória obtida pela coligação com a Guarda, no passado dia 29 de setembro. É um novo paradigma, que muito nos orgulha, mas que também se traduz numa responsabilidade acrescida, obrigando a uma dedicação e trabalho redobrados», declarou na altura Sérgio Duarte. Os seus vice-presidentes são Pedro Nobre e Mário Sucena, enquanto Luís Aragão concorre à presidência da mesa da Assembleia de Secção.
Curiosamente, alguns destes nomes fizeram parte dos órgãos eleitos com Manuel Rodrigues, que se demitiu em abril.
Luis Martins