O espetáculo musical “Numa Bola de Sabão” subiu ao palco do grande auditório do Teatro Municipal da Guarda (TMG) no último sábado e o público respondeu em peso à chamada. No total terão sido angariados cerca de 1.400 euros, valor que vai ser distribuído por algumas instituições sem fins lucrativos, entre elas a “Despertar do Silêncio” – Associação de Surdos da Guarda, numa organização da Ideias.Guarda e do município.
Tudo começa com a história de amor entre dois “bonecos”, promovendo a (re)descoberta do imaginários e dos contos infantis. A viagem até à “Floresta Mágica” desperta sensações que chegam através da música, do teatro, da dança e da magia, desafiando o público – e particularmente os mais pequenos – a envolverem-se na conversa entre o “boneco” e um livro, mas também nas suas aventuras. Do cómico à “crítica”, esta amizade muito peculiar é acompanhada pela sensibilização para a importância da leitura e pela interação com a plateia, que é questionada e interpelada a fazer parte do espetáculo.
O grande auditório foi “pequeno” para receber todos os que quiseram contribuir para esta causa, com os bilhetes a esgotarem perto da hora do espetáculo.
Entre os mais de 600 espetadores estavam familiares e amigos dos envolvidos, bem como utentes de instituições e curiosos. Graciosa Martins, de Pinhel, deslocou-se pela primeira vez ao TMG para assistir à prestação do neto: «É maravilhoso, não há palavras», sublinhou a pinhelense, adiantando que «ajudar também nos motivou e temos colegas que vieram por esse motivo». Graciosa Martins já é repetente, tal como Luís Coelho, que conhece vários elementos do elenco. «É bom que coisas destas aconteçam na nossa terra para não dizermos sempre que o que é bom é de fora», referiu o também residente em Pinhel. «Espero que continuem», reitera.
Por seu lado, Conceição Melo, da Guarda, elogiou a iniciativa: «É um espetáculo diversificado e muito interessante, não só para crianças mas também para adultos», considerou, acrescentando que «a cidade mostrou o bem o seu interesse» nas causas solidárias. Já Victor Amaral, vereador da Cultura, afirmou no final do espetáculo que «esta casa tem de estar disponível para os criadores da Guarda», reiterando que o TMG tem «uma história que nos orgulha a todos e estamos cá para dar continuidade a este grande projeto».
Sara Quelhas