O secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, qualificou terça-feira o detentor da pasta da Saúde, Luís Filipe Pereira, como sendo um «ministro criativo que, através do marketing procura dar respostas inexistentes» para os problemas do sector. O líder comunista falava durante uma visita ao Hospital Distrital Senhora da Assunção, realizada a convite da Câmara Municipal de Seia.
Segundo Carvalhas, «o ministro da Saúde diz que faz muitas poupanças mas duplicou o défice do Serviço Nacional de Saúde, manteve- se calado perante as indemnizações dadas pelo Estado aos Mellos do hospital Amadora-Sintra, que foram ao todo quase 118 milhões de euros, e depois estamos com carências em outros locais, como em Seia». O dirigente percorreu a unidade e mostrou-se algo «chocado» com as condições «extremamente degradadas» do hospital senense: «São as paredes, são os soalhos, são os tectos, são os doentes que se encontram nos corredores e só muito trabalho dedicado, de carinho, feito com criatividade é que pode dar resposta aos problemas que aqui se colocam», considerou. Para Carlos Carvalhas, «era bom que o primeiro-ministro viesse aqui visitar e visse com olhos de ver», pois é preciso encontrar uma solução, «mas não uma solução que depende de ano para ano da burocracia», avisou. «Foram feitas promessas, as promessas são leves em tempos eleitorais, ganharam os votos, estão hoje no poder, não resolvem os assuntos e mandam essas promessas para o caixote do lixo. É isso que degrada a vida política e faz com que as populações desconfiem dos políticos e dos partidos e, depois, generalizem e metam todos no mesmo saco», comentou. O presidente do Conselho de Administração do Hospital de Seia, José Luís Vaz, em declarações à agência Lusa, interpretou a visita do secretário-geral do PCP como um sinal do «interesse e preocupação com que a sociedade civil e política reagiu face às necessidades urgentes do Hospital».