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21 Gramas

Corta!

Apenas 21 gramas. È este o peso que, dizem, se perde quando se morre. Será esse o real peso da vida? Dos sonhos, culpas, desejos, frustrações, alegrias e tudo o mais que nos mantém por cá com algum motivo? 21 gramas. Só isso.

Com tal ponto de partida, o mexicano Alejandro González Iñarritu, assina o seu primeiro grande filme, numa ainda curta carreira, depois de uma estreia, há uns anos atrás, com o show-off «Amores Perros». Obra onde muitos viram génio, mas em que apenas existiam homenagens, tanto visíveis quanto aborrecidas, se é que de homenagens se pode falar, quando essas tantas vezes se confundem com plágio. As semelhanças, e origem, de quase todas as ideias de «21 Gramas» são, uma vez mais, facilmente identificáveis por quem tenha estado mais atento ao que o cinema tem oferecido na última meia-dúzia de anos, mas desta vez, um muito melhor embrulho, e um maior equilíbrio de todo o filme, ajudam a disfarçar tais fraquezas.

Já com direito a mão-de-obra «made in USA», Iñarritu faz-se agora rodear de alguns dos melhores e mais promissores actores da actualidade. Sean Penn, como sempre, não falha, e assina mais um papel perfeito. Será o melhor actor da actualidade? Provavelmente só um Billy Bob Thorton e pouco mais lhe farão frente. Actor que também já não precisa de provar nada é Benicio Del Toro, com a sua força habitual, num papel não muito distante daquilo que nos tem vindo a acostumar, de personagem sofredora por dentro e aparentemente forte por fora. Quem rapidamente está a deixar de ser promessa para ser um dado adquirido, no panteão das grandes actrizes, é Naomi Watts, que com este seu papel conseguiu uma justa nomeação para os oscares.

Vinte e uma gramas é pouco? Talvez. Mas o filme, esse, é de peso.

Por: Hugo Sousa

cinecorta@hotmail.com

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