Com a vitória da última jornada na cidade da Maia, esperava-se que o Grupo Desportivo e Recreativo das Lameirinhas brindasse os seus adeptos com mais um êxito na recepção ao Monte Pedras. E realmente tudo fizeram os atletas de Paulo Alves para que tal acontecesse. A formação da Guarda apareceu muito bem em campo e tentou comandar o desenrolar dos acontecimentos desde o início da partida.
Logo ao minuto 1’39″ Vendeiro quase inaugurou o marcador. A pressão dos anfitriões fazia-se sentir em todo o terreno, até que a dupla arbitragem – a equipa que mais realce teve na partida, mas pela negativa – resolveu admoestar Rui Vendeiro com a cartolina vermelha, logo na primeira falta cometida por este. Algo que pareceu demasiado, mesmo face aos protestos do número 9 do Lameirinhas. Com a equipa reduzida a quatro elementos, a reacção não podia ter sido melhor, pois foi sublime a forma como os pupilos de Alves se defenderam das investidas adversárias. Já com igualdade no número de jogadores, Filipe fez o primeiro golo da partida para o Lameirinhas, após a marcação de uma falta. Um minuto depois, o mesmo Filipe poderia ter dilatado a vantagem não fosse a bola embater no poste da baliza de João Paulo. Nos últimos cinco minutos da primeira parte notou-se alguma pressão dos visitantes. Situação que ficou a dever-se muito à forma com que a dupla de arbitragem intimidou os guardenses, quer pela amostragem de cartões, quer pela marcação de faltas.
Aconteceu então algo de inexplicável. Numa jogada dentro da área do Monte Pedras, Tiago foi claramente derrubado, mas, em vez de grande penalidade, o árbitro Ricardo Silva decidiu marcar falta contra o Lameirinhas. Curiosamente a sexta dos da casa, o que deu lugar a um livre de dez metros que Luís Fernandes defendeu. Contudo, os forasteiros acabaram por igualar o marcador mesmo no término da primeira parte. E foi com alguma indignação e revolta que os adeptos do Lameirinhas aguardaram o reatar da partida. Os guardenses entraram novamente a dominar e a jogar mais na procura do golo da vantagem. Só que o resultado teimou em não mudar, tanto pela boa prestação do guardião João Paulo, como pela paupérrima actuação da equipa de arbitragem. Quando o jogo estava quase a terminar, a equipa que mais faltas cometeu durante os quarenta minutos – pese embora terem sido constantemente perdoados pela referida dupla – beneficiou de nova falta que, por coincidência, foi mais uma vez a sexta a favor do Monte Pedras numa jogada que pareceu milimetricamente controlada. Os visitantes não desperdiçaram a oportunidade e fixaram o marcador em 1-2.
Resultado completamente injusto para o Lameirinhas, que foi castigado por alguém que – vá-se lá saber porquê – teima em prejudicar os guardenses cada vez que apita as suas partidas, sejam elas no seu reduto ou em casa alheia. Tinham razão os adeptos do Lameirinhas quando, no final do jogo, pediram à dupla de arbitragem que aproveitasse a boleia da equipa de Pedras Rubras e que, uma vez ali chegados, apanhassem um avião que os levasse para bem longe deste campeonato. Paulo Alves fez alinhar nesta partida: Bento, Filipe, Kiwi, Carlos, Ricardo, Tiago, Tó Zé, David Rodrigues, Rui, Bruno Lisboa, Bruno Torres e Luís. Apesar da derrota, o Lameirinhas manteve a 12ª posição, com 17 pontos, voltando a jogar dia 14 no pavilhão do Campanhã, “lanterna vermelha” da prova, apenas com sete pontos.
Rui Carvalhinho
