A animação foi uma constante no Centro Histórico do Sabugal que regressou aos anos vinte do século passado durante quatro dias. Entre quinta-feira e o último domingo, a autarquia estima que tenham visitado a cidade cerca de 25 mil pessoas, entre residentes no concelho, emigrantes e espanhóis.
Na antiga vila do Sabugal foram recriados ofícios da época e vivências tradicionais como o regresso dos trabalhadores no final do dia de jorna, o ciclo do pão ou músicas e danças da época. Diversos atores intrometeram-se nas conversas da assistência com a encenação contínua de cenas do dia-a-dia daquela época. À noite, no Castelo, a animação musical também não faltou com diversos concertos. Um dos pontos altos do evento intitulado “Sabugal, Surpreenda os Sentidos – Viagem aos Anos 20” teve lugar na tarde de domingo com a encenação da Revolta do Aguilhão, um motim da população local ocorrido em 1926 e que resultou da grande insatisfação do povo em relação a determinadas opções políticas e cujo cenário se dividiu entre o Largo do Castelo e os Paços do Concelho na Praça da República. Na tarde do último dia do evento, a vice-presidente do município, trajada a rigor, considerava que a recriação decorreu de uma forma «muito positiva» com «imensa gente, tempo ótimo e as pessoas aderiram em força». Delfina Leal salientou que a autarquia procedeu à divulgação desta “Viagem aos Anos 20” «quer em Espanha, quer nos concelhos limítrofes» e «fomos visitados realmente não só pelos locais como também houve muita gente de fora». Em relação a um número estimado de visitantes, apesar de a organização ainda não ter feito esse balanço final e de não ser fácil proceder a uma quantificação, uma vez que as entradas foram livres, a autarca realçou que «por noite, na hora de mais enchente, tivemos à volta de cinco mil pessoas à vontade», daí estimar que ao longo dos quatro dias do evento terão passado pelo Sabugal «na ordem das 25 mil pessoas».
A vice-presidente da autarquia recordou que a Câmara começou com este tipo de recriação no ano passado, embora não tenha sido com a temática dos anos 20. «O ano passado começámos com Idade Média, mas como já fazemos a Feira Medieval de Sortelha – Muralhas com História entendemos por bem mudar o mote da atividade e pensámos num reviver da nossa história e regressar aos anos 20», frisou Delfina Leal. De resto, e apesar de se irem realizar eleições autárquicas, o objetivo «é dar continuidade a estas iniciativas no futuro em plena época de verão». Esta «é uma forma de trazer gente ao nosso Centro Histórico e de o dar a conhecer porque a maioria das pessoas não conhecem este espaço magnífico e este Castelo, único no nosso país, e também é uma forma de divulgarmos o nosso património», sublinhou a vereadora. Quanto à temática, «ainda não está decidida» se a festa continuará a ser dedicada aos anos 20, mas é certo que «terá sempre uma vertente de recriação histórica».
Ricardo Cordeiro