Seis dos sete detidos na semana passada pela Polícia Judiciária (PJ) da Guarda por alegado tráfico de mulheres para a prostituição ficaram em prisão preventiva por determinação judicial. Apenas um dos arguidos ficou em liberdade a aguardar o desenvolvimento do processo, mas proibido de visitar a casa de alterne de que era proprietário nas imediações de Gouveia, de ausentar-se do país e obrigado a apresentações periódicas no posto policial da sua área da residência. Os acusados neste processo foram ouvidos até ao final do dia de terça-feira em primeiro interrogatório judicial nos tribunais de Mêda, Pinhel e Lamego.
As detenções ocorreram numa operação desencadeada na madrugada de segunda-feira por cerca de meia centena de efectivos do Departamento de Investigação Criminal (DIC) da Guarda e da Directoria da Polícia Judiciária (PJ) de Coimbra. A acção desenrolou-se nas zonas de Gouveia, Pinhel (distrito da Guarda), Covilhã (distrito de Castelo Branco), Vila Flor e Carrazeda de Ansiães (distrito de Bragança), com seis buscas a estabelecimentos de diversão nocturna e, simultaneamente, a seis residências. As investigações decorriam há meio ano e levaram agora à apreensão de diverso material, nomeadamente bilhetes de avião e impressos de transferência bancárias para custear a deslocação das mulheres angariadas no Brasil com destino a Portugal, passando por Madrid. Os detidos – cinco homens portugueses e duas mulheres – mantinham contactos com redes no Brasil, que angariavam as mulheres destinadas a casas de diversão nocturna em Portugal, explicou na altura o coordenador da PJ da Guarda, Leitão dos Reis. As mulheres angariadas eram depois “propriedade” do grupo até à liquidação das verbas despendidas na deslocação, cujo valor estava sempre inflacionado por forma a impedir a sua libertação, explicou a Judiciária.