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«Enquanto o “stand” ocupar a via pública são mais estacionamentos que faltam na cidade»

Freguesias urbanas da Guarda admitem ser «difícil» impedir que os stands de automóveis continuem a colocar as suas viaturas no espaço público

Ernesto Gonçalves e João Prata, presidentes das Juntas de Freguesia da Sé e de S. Miguel da Guarda, reconhecem ser «difícil» impedir que os “stands” de automóveis espalhados pela cidade continuem a colocar as suas viaturas em exposição na via pública. Recorde-se que em Dezembro último, a Junta de Freguesia de São Vicente apresentou um pedido de esclarecimentos à Câmara Municipal da Guarda para saber em que moldes se processava a utilização do espaço público por alguns “stands” que aí colocam os seus automóveis em exposição.

Na resposta, a presidente Maria do Carmo Borges garantiu que «não há nenhuma autorização para os “stands” poderem colocar os seus automóveis em exposição na via pública», acrescentando, no entanto, ser «tremendamente difícil», tanto para os fiscais da Câmara, como para os agentes da PSP, punir os infractores. Este é um problema premente numa cidade em que a falta de estacionamento é uma realidade constante. Para Ernesto Gonçalves, autarca da Junta de Freguesia da Sé, zona urbana onde esta situação «se faz sentir ainda mais, porque aqui se encontram todos os serviços», a atitude dos “stands” em colocar automóveis no espaço público é «má». «Enquanto o “stand” está a ocupar a via pública, são mais estacionamentos que faltam na cidade», constata. Por outro lado, o edil compreende ser «difícil controlar» eventuais situações de irregularidades, porque, estando devidamente legalizados, os carros podem permanecer durante um certo período no mesmo local. Desta forma, tratar-se-á mais de «uma questão moral» por parte dos donos dos “stands”. A «única forma possível» para alterar esta situação seria avançar com a «colocação de máquinas para cobrar os estacionamentos nesses locais», sugere, uma medida que obrigaria «de uma forma indirecta» os donos dos “stands” a removerem os veículos do local.

Ao todo existirão «centenas de carros em toda a cidade» nesta situação, que se faz sentir com mais força no centro de uma cidade onde os «os serviços estão centralizados» e em que, devido sua à orografia, as pessoas têm «quase a obrigação de andar de carro», sublinha.

Já João Prata, responsável máximo da Junta de S. Miguel, na Guarda-Gare, realça existir um enquadramento legal que permite o estacionamento na via pública por um prazo de 30 dias, de forma ininterrupta, desde que o veículo esteja devidamente estacionado. Neste sentido, poderia ser adoptada uma «postura municipal para regular o estacionamento com alguma flexibilidade», permitindo aos estabelecimentos comerciais disporem de algum espaço na via pública, de acordo com a sua dimensão, mas «sempre com um certo limite», propõe. Ainda assim, a freguesia de S. Miguel não é muito afectada por este problema, já que existe apenas uma «situação pontual». Um outro caso registado nesta freguesia urbana e um pouco por toda a cidade, é a existência de carros abandonados, «alguns com pneus em baixo», a ocuparem lugares de estacionamento que seriam úteis para outras viaturas. Também contactado por “O Interior”, Luís Augusto Patrício, presidente da Junta de Freguesia de São Vicente, escusou-se a tecer qualquer comentário sobre a situação.

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