César Figueiredo vai apresentar-se a votos em outubro com o apoio do CDS-PP, depois de ter sido eleito presidente da Junta de Mêda pelo PS há quatro anos. O empresário agrícola foi adjunto do atual presidente da Câmara, Armando Carneiro, mas demitiu-se do cargo quando decidiu avançar.
«A decisão do presidente da Câmara em não se recandidatar levou-me a repensar e a apresentar-me como candidato», adianta César Figueiredo, que pretende recuperar «projetos que foram sendo descuidados». O autodenominado independente mostra-se preocupado com o futuro do concelho, que deverá «passar um mau bocado com a extinção de freguesias e a perda de alguns serviços», considera. «Trata-se de um projeto alternativo fora dos partidos “grandes”, que será apresentado oportunamente», promete. Sem querer adiantar para já medidas concretas, o ainda presidente da Junta de Mêda assume como principais apostas a agricultura, o turismo e a pequena indústria de derivados.
«Quero valorizar as pessoas que ficam no concelho e dar condições para que possam vir mais», sublinha o empresário, que questiona a sustentabilidade dos empregos que têm vindo a ser criados na autarquia: «Temos de valorizar quem está a trabalhar na Câmara e não contratar mais, pois pode vir a ser impossível ter tanta gente», avisa, sustentando que é preciso «criar empregos fora da autarquia e dar alternativas aos jovens». César Figueiredo diz que não se arrepende de ter sido candidato pelo PS numa «candidatura apartidária e com pessoas de vários quadrantes», mas critica o partido por se ter «fechado depois do ato eleitoral, politizando-se em demasia». E lembra que não é militante de nenhum partido, apresentando-se como «alguém disponível» para a sua terra: «Quando o partido não servir os interesses da terra também não serve os meus», declara.
«Vou como independente pelo CDS, com a condição de ser uma candidatura abrangente e com uma onda de pessoas de valor», reitera, escusando-se a revelar nomes de apoiantes ou de elementos da sua lista. Pelo contrário, critica quem «lança nomes sem ter a certeza de que as pessoas estão com eles. Quando disser nomes não será de forma avulsa nem ao desbarato», promete. A candidatura deverá ser apresentada oficialmente em junho.
Assunção Cristas na Mêda
A ministra da Agricultura esteve na Mêda, no último domingo, para dar «visibilidade» a uma iniciativa da Cooperativa local. Assunção Cristas «foi convidada pela adega depois de uma ideia lançada por mim e relacionada com o lançamento de um vinho», refere César Figueiredo. «Se sou candidato do CDS tenho ligação com os seus ministros», acrescenta, destacando a importância da presença da ministra na promoção da iniciativa e na resolução de «assuntos pendentes». A adega esteve encerrada três anos mas voltou à atividade em 2011.
Sara Quelhas