«Os guardenses vão ter que escolher entre a minha experiência e o experimentalismo» nas próximas autárquicas, afirmou Álvaro Amaro anteontem à noite durante a apresentação da sua candidatura à sede do distrito. A indireta tem José Igreja, cabeça-de-lista do PS, como destinatário.
No Hotel Vanguarda, meia centena de militantes, dirigentes sociais-democratas e outras individualidades, como Ana Manso, Crespo de Carvalho e Pedro Tavares, presidente do NERGA, ouviram o atual presidente da Câmara de Gouveia pedir aos guardenses que façam com ele «uma coligação pela Guarda», pois o momento é «particularmente importante» para a sede do distrito. Sozinho na tribuna, sem nenhuma sigla do PSD por perto, Álvaro Amaro assumiu que quer ser o próximo presidente da Câmara porque a Guarda vai ter «um momento único de afirmação» com o quadro comunitário de 2013-2020 e o novo mapa da comunidade intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela. «São duas oportunidades que não se podem desperdiçar com experimentalismos» na cadeira maior de um município que «tem que assumir um papel polarizador de capital», afirmou.
Por isso, o antigo líder da Distrital e ex-secretário de Estado da Agricultura pediu «uma oportunidade» aos eleitores para «ajudar a resolver os problemas da Guarda», mas esclareceu desde logo que não é «nenhum Messias». «Este é talvez o maior desafio da minha vida política. Há um trabalho intenso pela frente para devolver o orgulho e a auto-estima aos guardenses», sublinhou, desafiando os cidadãos a darem «força à mudança» e a esquecer «as lógicas partidárias». Álvaro Amaro anunciou ainda que, se ganhar, não estará disponível para qualquer atividade partidária local ou nacional e prometeu apresentar um plano consistente para «absorver os fundos do próximo quadro comunitário», lembrando que ele sabe em que «gavetas procurar» esses recursos financeiros. «Conheço bem esse terreno, pois preparei programas quando estive no Governo e elaborei candidaturas quando era técnico da Comissão de Coordenação Regional do Centro», disse.
Quanto à anunciada providência cautelar do Movimento Revolução Branca contra a sua candidatura, Álvaro Amaro disse-se tranquilo. «À política o que é da política, à justiça o que é da justiça, cuja decisão vou aguardar serenamente», declarou, lembrando que PSD, CDS e PCP concordaram com estas candidaturas. O candidato desvalorizou ainda a falta de apoio da concelhia, dizendo esperar os seus responsáveis «entendam a importância do momento e que este é o caminho da alternativa». «Não nasci cá, não vivo cá, mas sei que já trabalhei muito pela Guarda. O caminho está traçado, vamos caminhar», afirmou, dizendo «ter orgulho na herança que deixo em Gouveia». De resto, Álvaro Amaro anunciou que Peres de Almeida vai ser o diretor financeiro e Sérgio Duarte, tido como próximo de Manuel Rodrigues, o diretor de campanha.
Luis Martins