Um abaixo-assinado, subscrito por mais de sete dezenas de militantes do PSD, defende a candidatura de Manuel Rodrigues à Câmara da Guarda.
Reiterando um «apoio total e incondicional» ao presidente da concelhia, os militantes da secção guardense recordam a direção nacional do partido e o presidente da Distrital que se trata de um nome «emergente da vontade das bases». Esta tomada de posição, divulgada na passada sexta-feira, surge após novo “chumbo” da Comissão Política Distrital, na reunião extraordinária do passada dia 19, numa decisão que os signatários classificam de «incongruente volte-face». «Decidiu esta CPS [comissão política de secção] auscultar os militantes por forma a provarmos inequivocamente que a única solução formalmente apresentada é aquela que colhe o total agrado por parte das sensibilidades locais», lê-se no abaixo-assinado, a que O INTERIOR teve acesso. O documento recorda que a candidatura de Manuel Rodrigues foi aprovada «por unanimidade» pela concelhia da Guarda a 14 de novembro, mas também os «graves atropelos» dos órgãos distritais a esta deliberação, o que põe «em causa o respeito pela vontade das bases e menospreza as decisões válidas e idóneas dos seus militantes», sublinham os signatários.
A missiva sustenta ainda que Manuel Rodrigues «é o único capaz de polarizar um conjunto bastante alargado de sensibilidades e de materializar uma candidatura séria e com reais hipóteses de sucesso». Caso contrário, se esta sua tomada de posição não for tida em conta, avisam que poderá ser criado um movimento independente, pois «facilmente conseguiremos arrecadar o exigido legalmente para formalizar outra solução de candidatura». O abaixo-assinado foi enviado ao secretário-geral do partido, Matos Rosa, ao coordenador autárquico, Jorge Moreira da Silva, e ao presidente da distrital. Ausente nos Estados Unidos, Júlio Sarmento recusou comentar o caso, enquanto Manuel Rodrigues, contactado por O INTERIOR, escusou-se a prestar declarações sobre o processo de escolha do candidato na Guarda. O mesmo voto de silêncio assumiu José Gomes, cujo nome saltou para a ribalta na semana passada após a CPD não validar a candidatura do advogado. «Os responsáveis concelhios, distritais e nacionais têm que se entender e por um ponto final numa situação que embaraça o partido pelo seu arrastamento na praça pública», disse apenas.
O antigo vereador passou a ser apontado como mais uma alternativa à nega de Álvaro Amaro, que está decididamente desvinculado da candidatura na sede do distrito, e também a Manuel Rodrigues. O INTERIOR saber que o engenheiro já terá manifestado disponibilidade para avançar aos líderes da concelhia e da distrital, bem como a Jorge Moreira da Silva, mas só como solução de unidade entre os diferentes protagonistas dos últimos meses. Contudo, fonte social-democrata garante que não será necessário, pois Manuel Rodrigues deverá ser o candidato no final de contas. «Os elementos que não lhe são afetos na Distrital vão ter que ceder porque o presidente da concelhia está agora numa posição de força», considerou.
Luis Martins